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Israel e Hamas iniciam negociações indiretas no Egito sobre plano de Trump para Gaza

Encontros em Sharm el-Sheikh discutem proposta dos EUA para cessar-fogo e nova administração palestina

Genocídio promovido por Israel destruiu a cidade de Gaza (Foto: Reuters)

247 - Delegações de Israel e do movimento de resistência palestino Hamas iniciaram nesta segunda-feira (6) negociações indiretas no Egito, em torno do plano proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Faixa de Gaza.

As conversas começaram na cidade turística de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, com a presença de mediadores árabes e internacionais. Um funcionário egípcio, sob condição de anonimato, afirmou que as tratativas foram abertas com uma reunião entre representantes árabes e a delegação do Hamas. Posteriormente, os mediadores devem se encontrar com os enviados israelenses, além de representantes do Catar e dos Estados Unidos.

De acordo com a emissora iraniana, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve integrar as rodadas de negociação após as consultas iniciais entre os mediadores e as duas partes. O foco das discussões é o plano de 20 pontos apresentado por Trump para encerrar o conflito em Gaza — proposta que Israel já teria aceitado integralmente, enquanto o Hamas teria dado aval parcial.

Entre os termos aceitos pelo grupo palestino está a troca de prisioneiros — com a libertação de israelenses mantidos em Gaza em troca de palestinos detidos por Israel —, desde que “determinadas condições de campo” sejam atendidas. O Hamas também reiterou disposição em transferir a administração civil da Faixa de Gaza a um corpo de independentes palestinos, com base em consenso nacional e apoio árabe e islâmico.

No entanto, a organização afirmou que outras partes do plano de Trump, especialmente aquelas relacionadas ao futuro político de Gaza e aos direitos do povo palestino, devem ser tratadas dentro de um “marco nacional abrangente” e conforme o direito internacional.

O presidente Donald Trump declarou em sua rede social Truth Social que havia pedido a Israel para “interromper imediatamente os bombardeios em Gaza”, afirmando que o Hamas estaria “pronto para uma paz duradoura”. Ele acrescentou que as conversas “avançavam rapidamente” e pediu agilidade nas tratativas: “Fui informado de que a primeira fase deve ser concluída ainda nesta semana, e estou pedindo a todos para AGIREM RÁPIDO”, escreveu, alertando para um possível “banho de sangue massivo” caso o acordo não seja finalizado nos próximos dias.

Entre os principais impasses esperados nas conversas estão a exigência de retirada total das forças israelenses da Faixa de Gaza e o desarmamento do Hamas. Israel lançou sua ofensiva militar contra o território palestino em 7 de outubro de 2023, após uma operação do Hamas contra alvos israelenses, descrita como resposta às crescentes agressões e bloqueios impostos pelo regime de Tel Aviv.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde o início da ofensiva israelense, 67.160 palestinos foram mortos, a maioria mulheres e crianças, e 169.679 ficaram feridos. Além das vítimas diretas, a região enfrenta uma grave crise humanitária, com fome em massa provocada pelo bloqueio israelense que impede a entrada de ajuda e suprimentos básicos.

A comunidade internacional acompanha as tratativas no Egito com expectativa, na esperança de que as negociações possam abrir caminho para um cessar-fogo duradouro e o início da reconstrução da devastada Faixa de Gaza.

(Com informações da Press TV)

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