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      Israel avalia anexar a Cisjordânia em resposta a reconhecimento da Palestina

      Qualquer passo em direção à anexação na Cisjordânia provavelmente atrairá uma condenação generalizada dos palestinos

      Benajmin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, e a Cisjordânia (Foto: Mohammed Torokman/Reuters I Yair Sagi/Pool via Reuters)
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      Por Maayan Lubell

      JERUSALÉM (Reuters) - Israel está considerando a anexação da Cisjordânia ocupada como uma possível resposta à França e a outros países que reconhecerem um Estado palestino, de acordo com três autoridades israelenses, e a ideia será discutida neste domingo, segundo outra autoridade.

      A extensão da soberania israelense à Cisjordânia - anexação de fato das terras capturadas na guerra de 1967 no Oriente Médio - estava na pauta da reunião do gabinete de segurança do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que deve se concentrar na guerra de Gaza, disse um membro do pequeno círculo de ministros.

      Não está claro onde exatamente qualquer medida desse tipo seria aplicada e quando, se apenas nos assentamentos israelenses ou em alguns deles, ou em áreas específicas da Cisjordânia, como o Vale do Jordão, e se quaisquer medidas concretas, que provavelmente implicariam em um longo processo legislativo, seguiriam as discussões.

      Qualquer passo em direção à anexação na Cisjordânia provavelmente atrairá uma condenação generalizada dos palestinos, que buscam o território para um futuro Estado, bem como dos países árabes e ocidentais. Não está clara a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o assunto.

      Um porta-voz do ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, não respondeu a um pedido de comentário sobre se Saar havia discutido a medida com seu colega norte-americano, Marco Rubio, durante visita dele a Washington na semana passada.

      O gabinete de Netanyahu não comentou o assunto.

      Uma promessa anterior de Netanyahu de anexar os assentamentos judaicos e o Vale do Jordão foi descartada em 2020 em favor da normalização dos laços com os Emirados Árabes Unidos e o Barein nos chamados Acordos de Abraão intermediados por Trump em seu primeiro mandato.

      O gabinete do presidente palestino, Mahmoud Abbas, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Os EUA disseram na sexta-feira que não permitirão que Abbas viaje para Nova York para a reunião de líderes mundiais das Nações Unidas, onde vários aliados dos EUA devem reconhecer a Palestina como um Estado.

      Israel, que enfrenta críticas internacionais crescentes sobre a guerra que trava contra a Faixa de Gaza, está irritado com as promessas da França, Reino Unido, Austrália e Canadá de reconhecimento formal de um Estado palestino em uma cúpula durante a Assembleia Geral da ONU em setembro.

      A mais alta corte das Nações Unidas em 2024 afirmou que a ocupação israelense dos territórios palestinos, incluindo a Cisjordânia, e seus assentamentos são ilegais e devem ser retirados o mais rápido possível.

      Israel argumenta que os territórios não estão ocupados em termos legais porque estão em terras disputadas, mas as Nações Unidas e a maior parte da comunidade internacional os consideram como território ocupado.

      As anexações de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã, décadas atrás, não obtiveram reconhecimento internacional.

      Há anos, membros da coalizão governista de Netanyahu pedem que Israel anexe formalmente partes da Cisjordânia, território ao qual Israel cita laços bíblicos e históricos.

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