Irã promete retaliação "contundente" e "sem recuo" após ataques dos EUA a instalações nucleares
“Os Estados Unidos e o regime sionista devem arcar com as consequências deste conflito", afirma a chancelaria iraniana
247 - O governo iraniano anunciou que responderá de forma severa ao bombardeio realizado pelos Estados Unidos contra três instalações nucleares em seu território. A ofensiva, executada sob ordens do presidente norte-americano Donald Trump, marca uma escalada inédita na tensão entre os dois países e, segundo o Irã, constitui uma “violação direta da soberania nacional”. As declarações foram divulgadas pela HispanTV.
“O governo dos Estados Unidos deu via livre às Forças Armadas [iranianas] para qualquer ação contra seus interesses e seu exército, e neste assunto jamais retrocederemos”, afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general de divisão Seyed Abdolrahim Musavi. Ele acusou Washington de atuar como extensão do que classificou como “regime sionista agressor”, ao atacar diretamente o território iraniano e romper, de maneira deliberada, com os princípios básicos do direito internacional.
O bombardeio norte-americano aconteceu na madrugada de domingo (22) e foi direcionado a instalações sensíveis do programa nuclear iraniano. A ação ocorre na esteira dos ataques conduzidos por Israel contra alvos militares e civis no Irã, iniciados em 13 de junho. Esses ataques, segundo o governo de Teerã, resultaram na morte de cientistas nucleares, altos comandantes militares e dezenas de civis.
Em resposta, o Irã lançou a operação “Verdadeira Promessa III”, com alvos nos territórios ocupados por Israel, e agora promete ampliar sua reação. “Cada vez que os americanos cometeram crimes, receberam uma resposta contundente, e desta vez também será assim”, advertiu o comandante em chefe do Exército iraniano, general de divisão Amir Hatami. Ele participou de uma videoconferência com os principais comandantes das Forças Armadas do país e enalteceu os esforços dos militares iranianos na atual conjuntura.
Hatami afirmou ainda que “os planos traçados pelo quartel general Hazrat Jatam al-Anbia e o comando operacional Zolfaqar do Exército devem ser implementados com criatividade, iniciativa e inteligência”, e reforçou o compromisso das Forças Armadas com a defesa da integridade territorial da República Islâmica.
O tom de alerta foi ecoado pela diplomacia iraniana. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqai, disse que "os Estados Unidos e o regime sionista devem arcar com as consequências deste conflito". Ele classificou os ataques conjuntos como uma violação da Carta das Nações Unidas e do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), e disse que o país usará “seu direito legítimo à autodefesa”.
“A região foi conduzida a um perigo sem precedentes”, afirmou Baqai, referindo-se ao impacto regional dos bombardeios e à participação direta de Washington no conflito. Embora não tenha especificado como se dará a retaliação, o porta-voz reiterou que a resposta virá no momento e na forma definidos pelas autoridades iranianas. Ele também criticou o presidente Donald Trump, ao declarar que “traiu a diplomacia” e não pode mais se apresentar como defensor do diálogo.
Na sede da ONU, o embaixador iraniano Amir Said Iravani solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança e afirmou que seu país “se reserva o direito pleno e legítimo à autodefesa”. Segundo ele, a natureza, o momento e a dimensão da resposta serão definidos pelas Forças Armadas, de acordo com os princípios do direito internacional.
O Irã acusa os Estados Unidos de agir de maneira coordenada com Israel para desestabilizar a região e atingir o programa nuclear iraniano, considerado estratégico para sua soberania. As consequências da retaliação prometida por Teerã ainda são incertas, mas a tensão crescente já gera forte apreensão.
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