Irã promete mais ataques "dolorosos" contra Israel e bases dos EUA: "pilares do terrorismo"
Em nota, governo iraniano reivindicou seu direito à autodefesa e alertou países vizinhos para um projeto expansionista de Israel: “do Nilo ao Eufrates”
247 - Altos comandantes militares do Irã anunciaram que os ataques de retaliação contra Israel não apenas continuarão, como se intensificarão nos próximos dias. A informação, repercutida pela HispanTV, foi divulgada pela agência iraniana Fars News, que cita autoridades do país ao descrever uma ofensiva com "respostas contundentes e amplas" contra o regime sionista e também contra bases dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Segundo a reportagem, um funcionário iraniano transmitiu que “a guerra que começou com as agressões do regime sionista se expandirá em breve para todos os territórios ocupados por esse regime e para as bases norte-americanas na região”. E acrescentou: “os próximos golpes do Irã continuarão, e essas ações serão muito dolorosas e motivo de arrependimento para os agressores”.
Operação Verdadeira Promessa III e a retaliação iraniana - A escalada de tensões ocorre no contexto da operação batizada de "Verdadeira Promessa III", conduzida por Teerã em resposta aos bombardeios de Israel contra instalações militares e civis no país. O ataque iraniano utilizou dezenas de drones e mísseis balísticos para atingir alvos considerados sensíveis em territórios palestinos ocupados.
De acordo com fontes locais citadas pela Fars News, o regime israelense “tem repetidamente iniciado guerras por meio de seus crimes” e, desta vez, o Irã estaria decidido a impor um revés histórico ao “regime criminoso e seus aliados”.
“O regime israelense e os Estados Unidos, dois pilares principais do terrorismo na região, devem esperar as consequências de sua barbárie a qualquer momento”, destacou a agência.
Irã reforça legitimidade das ações militares - Por meio de nota oficial, o Conselho Estratégico de Relações Exteriores do Irã reiterou o posicionamento do governo de que os ataques de Israel, especialmente os mais recentes contra áreas residenciais e centros nucleares, legitimam a retaliação. O comunicado afirma que o país considera tanto um direito quanto um dever a resposta proporcional contra alvos militares israelenses.
“Ocorre às poderosas Forças Armadas do Irã a responsabilidade de defender os interesses nacionais e de fazer com que o regime agressor e seus cúmplices traidores se arrependam de atentar contra a soberania iraniana”, declarou o Conselho.
Ambição territorial israelense e alerta aos países vizinhos - A nota também denuncia o que classifica como um projeto expansionista por parte de Israel, visando realizar o chamado “sonho do Nilo ao Eufrates”, referência à expansão do controle territorial israelense do Egito ao Iraque.
O Conselho exorta os países do entorno a se prepararem para possíveis agressões: “isso deve alertar a todos os países da região, já que, mais cedo ou mais tarde, como tem feito com Síria e Líbano, o regime israelense empreenderá atos de agressão contra todos os seus vizinhos”. Diante dessa ameaça, a entidade pede maior coordenação regional para enfrentar as ambições do governo de Tel Aviv.
Crítica ao apoio de Trump e descrença no diálogo - O governo iraniano também atacou a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao denunciar o duplo jogo diplomático da Casa Branca. De acordo com o Conselho Estratégico, o gesto de Washington ao propor diálogo com Teerã sobre o programa nuclear, ao mesmo tempo em que apoia ações bélicas israelenses, seria “uma manobra enganosa”.
O texto conclui que esse comportamento norte-americano “coloca em dúvida a validade e a sinceridade de qualquer diálogo futuro”.
Negociações suspensas após ofensiva militar - A crise diplomática e militar levou ao colapso da sexta rodada de negociações entre Estados Unidos e Irã sobre o acordo nuclear. Os bombardeios israelenses, apoiados por Washington, ocorreram apenas dois dias antes do novo encontro previsto entre as partes.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqai, resumiu o sentimento do governo ao declarar: “a outra parte fez algo que tornou o diálogo sem sentido. Não se pode, ao mesmo tempo, fingir negociar e permitir que um regime genocida ataque a integridade territorial do Irã”.
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