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      Hamas condiciona ajuda a prisioneiros à abertura de corredores humanitários e fim dos bombardeios

      Resistência Palestina diz estar disposta a coordenar com Cruz Vermelha, mas exige que Israel interrompa ataques aéreos e permita entrada de ajuda em Gaza

      (Foto: Reuters)

      247 - O Hamas afirmou neste domingo (3) estar disposto a coordenar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) a entrega de assistência humanitária aos prisioneiros israelenses mantidos em Gaza, desde que Israel aceite duas exigências: a abertura permanente de corredores humanitários e a interrupção dos ataques aéreos durante a distribuição de ajuda, informa a Reuters.

      Segundo autoridades israelenses, 50 prisioneiros de guerra permanecem em Gaza, sendo que apenas 20 estariam vivos. O Hamas tem negado o acesso das organizações humanitárias aos cativos, o que aumenta o desespero das famílias. Em nota, o Fórum de Famílias de Reféns declarou: “O Hamas vem mantendo pessoas inocentes em condições impossíveis por mais de 660 dias [...] Cada refém que morrer estará nas mãos do Hamas." 

      O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou ter solicitado formalmente à Cruz Vermelha assistência direta aos prisioneiros. “Pedi que façam todos os esforços para prestar ajuda humanitária imediata”, disse, após conversa com o chefe da delegação da entidade, sediada na Suíça. 

      Enquanto a crise humanitária se agrava, novos dados revelam a extensão do genocídio em Gaza e o sofrimento da população palestina, fruto da crueldade de Israel. O Ministério da Saúde local informou que seis pessoas morreram de fome ou desnutrição nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas dessas causas para 175 desde o início da guerra, em outubro de 2023. Entre os mortos, estão 93 crianças.

      O bloqueio israelense sobre a entrada de combustível e alimentos em Gaza, imposto há meses como forma de pressionar o Hamas, tem paralisado hospitais, padarias e cozinhas comunitárias. Neste domingo, a COGAT — a agência militar israelense responsável por coordenar a ajuda — anunciou a entrada de quatro caminhões de combustível da ONU, destinados a manter em funcionamento serviços essenciais. Ainda não está claro se outros dois caminhões vindos do Egito conseguiram cruzar a fronteira. 

      A emissora egípcia Al Qahera News TV informou que os veículos carregavam 107 toneladas de diesel. A entrega ocorre após uma leve flexibilização nas restrições impostas por Israel, sob pressão internacional diante do risco iminente de fome generalizada entre os 2,2 milhões de habitantes de Gaza — a maioria dos quais está deslocada internamente. 

      Mesmo com os novos carregamentos, a situação no terreno continua caótica. Relatos apontam que caminhões de ajuda têm sido saqueados por civis desesperados e grupos armados. “A fome está levando as pessoas ao limite do desespero”, afirmou uma fonte humanitária que pediu anonimato. 

      Neste domingo, ao menos 80 palestinos foram assassinados em novos ataques israelenses, incluindo pessoas que tentavam alcançar centros de distribuição de ajuda nas regiões sul e central. Médicos palestinos também relataram a morte de um integrante da equipe da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, após um ataque à sede da entidade em Khan Younis. 

      Diante da urgência humanitária, alguns países europeus têm intensificado seus esforços. A Bélgica lançou, no domingo, pacotes de ajuda aérea em operação conjunta com a Jordânia. A França, por sua vez, iniciou na sexta-feira o lançamento de 40 toneladas de ajuda sobre Gaza.

      A ONU e outras agências humanitárias reiteram que tais lançamentos são insuficientes. Para evitar o agravamento da fome, alertam, é indispensável a reabertura de acessos terrestres amplos e seguros, além de rotas protegidas para comboios de socorro. A COGAT afirmou que, na última semana, 1.200 caminhões com mais de 23 mil toneladas de suprimentos chegaram a Gaza, mas parte significativa da carga ainda não foi distribuída. 

      Em meio ao impasse entre Israel e Hamas sobre o destino dos reféns e da população civil, o Conselho de Segurança da ONU foi convocado para uma sessão especial nesta terça-feira (5). 

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