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Hamas acusa Israel de roubo de órgãos de palestinos mortos

Grupo pede investigação internacional e denuncia corpos com sinais de tortura e mutilações

Palestinos buscam em desespero suprimentos de ajuda em caminhões humanitários, que entraram na Faixa de Gaza, furando o cerco genocida imposto pos Israel - 12/10/2025 (Foto: REUTERS/Ramadan Abed)

247 – O Hamas acusou, na sexta-feira (17), as Forças de Defesa de Israel de cometer um “crime horrendo” ao roubar órgãos de corpos de palestinos mortos e pediu a criação de uma comissão internacional para investigar o caso. As declarações foram feitas por Ismail Al-Thawabta, diretor do Escritório de Mídia do grupo, à agência turca Anadolu, que divulgou as informações.

Segundo Al-Thawabta, Israel entregou 120 corpos nos últimos dias, por meio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A maioria deles, segundo ele, chegou “em estado deplorável”, com evidências de execuções e tortura sistemática.

O porta-voz afirmou que alguns corpos foram devolvidos vendados, com mãos e pés amarrados, enquanto outros apresentavam marcas de estrangulamento e cordas no pescoço, indicando “assassinato deliberado”.

Denúncia de remoção de órgãos

Al-Thawabta declarou ainda que “partes de muitos corpos estavam faltando, incluindo olhos, córneas e outros órgãos”, o que, segundo ele, seria prova de que o Exército israelense roubou órgãos humanos enquanto mantinha os corpos sob custódia.

Ele pediu que a comunidade internacional e organizações de direitos humanos formem imediatamente um comitê de investigação para responsabilizar Israel “pelas graves violações contra os corpos dos mártires e pelo roubo de seus órgãos”.

Corpos retidos por Israel

A agência Anadolu, citando dados da Campanha Nacional Palestina pela Recuperação dos Corpos dos Mártires, informou que Israel mantém atualmente os corpos de 735 palestinos, incluindo 67 crianças.
O jornal israelense Haaretz afirmou que cerca de 1.500 corpos de palestinos da Faixa de Gaza estariam sob custódia em uma base militar localizada em Sde Teiman, no deserto de Negev, no sul de Israel.

Silêncio oficial de Israel e contexto do cessar-fogo

O governo israelense não respondeu às acusações divulgadas pela imprensa.

As denúncias surgem em meio ao cessar-fogo entre Israel e Hamas, mediado com base em um plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a libertação de reféns e prisioneiros, a reconstrução de Gaza e a formação de um novo governo local sem a participação do Hamas.

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