Genocídio de Netanyahu já assassinou mais de 400 palestinos por fome
Chefe da UNRWA denuncia que bloqueio imposto por Israel impede entrada de ajuda humanitária e transforma a fome em epidemia em Gaza
247 – A tragédia humanitária em Gaza avança a passos devastadores. Mais de 400 palestinos já morreram de fome em consequência direta do bloqueio imposto por Israel, denunciou o comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, em entrevista à Sputnik Brasil nesta quinta-feira (25).
“A situação vem piorando cada vez mais desde março. Todos os nossos alertas caíram em ouvidos moucos. Hoje, há mais de 400 pessoas declaradas mortas por fome, o que significa que a fome é, por assim dizer, mais uma epidemia que assola a população de Gaza”, afirmou.
Bloqueio como arma política
Lazzarini responsabilizou diretamente a decisão política do governo de Benjamin Netanyahu pelo agravamento da crise.
“Uma agência como a nossa, por exemplo, tem alimentos e ajuda humanitária suficientes para cobrir as necessidades da população pelos próximos três meses. Mas, desde março, não temos permissão para levar nenhuma ajuda”, disse.
O chefe da UNRWA alertou ainda que, se nada mudar, “a fome deve se espalhar em todo o território de Gaza até o fim de setembro”.
Centros de distribuição: “uma abominação”
Além do bloqueio, Lazzarini criticou duramente os centros de distribuição de alimentos instalados em Gaza por Israel e Estados Unidos, classificando-os como “uma abominação”.
Segundo ele, palestinos que buscam ajuda nesses locais vivem “uma espécie de roleta russa”, já que não sabem se conseguirão retornar para suas casas. A quantidade de suprimentos é tão reduzida que caminhões de ajuda são saqueados antes mesmo de alcançar os pontos de entrega.
Níveis catastróficos de fome
Em 22 de agosto, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) confirmou oficialmente que Gaza atingiu níveis catastróficos de fome, pela primeira vez desde a escalada do conflito em outubro de 2023.
A recusa de Israel em cooperar com a UNRWA levou ao fechamento de centenas de centros de distribuição, restando apenas quatro postos administrados pelo Fundo Humanitário de Gaza com apoio dos EUA e de Israel.
Palestinos sob tiros e fome
Autoridades locais denunciam ainda que tropas israelenses disparam rotineiramente contra palestinos que aguardam em filas por ajuda humanitária, reforçando o cenário de violência e extermínio.