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Fúria da direita cresce após assassinato de Charlie Kirk

Morte do ativista aliado de Donald Trump intensifica tensões políticas e alimenta radicalização em fóruns da direita estadunidense

Correligionários depositam flores em homenagem a Charlie Kirk (Foto: Reuters)

247 - A morte de Charlie Kirk, fundador da organização Turning Point USA e figura central do movimento “Make America Great Again” (MAGA), provocou indignação generalizada na direita americana. Em fóruns online e redes sociais, apoiadores de Trump classificaram o crime como um marco de hostilidade contra os conservadores e chegaram a apontar a esquerda como responsável pelo ataque, mesmo sem provas ou informações oficiais sobre o atirador, informa a Reuters.

Reação imediata e radicalização online

Nas primeiras 24 horas após o assassinato, milhares de postagens em plataformas como X (antigo Twitter) e Patriots.Win misturaram dor, raiva e apelos por retaliação. “Eles não conseguiram vencê-lo em um debate, então o assassinaram”, escreveu a ativista conservadora Isabella Maria DeLuca. Já o advogado republicano Mike Davis declarou que a capacidade de Kirk de mobilizar jovens conservadores era vista como “uma ameaça existencial ao futuro da ideologia e do poder de esquerda”.

Estudos preliminares feitos por Jen Golbeck, professora da Universidade de Maryland especializada em comportamento digital da direita, apontaram sinais de radicalização crescente. Em Patriots.Win, surgiram postagens que pediam enforcamento de líderes democratas e até referências ao incêndio do Reichstag, episódio histórico que antecedeu o regime nazista na Alemanha.

Trump culpa a esquerda e pede resposta

Donald Trump atribuiu a culpa pelo assassinato à “esquerda radical” e, em declaração a jornalistas, afirmou: “temos apenas que derrotá-los de vez”. Apesar do tom agressivo, Trump destacou que Kirk “era um defensor da não violência — é assim que eu gostaria de ver as pessoas reagirem”.

Outros aliados políticos também reforçaram acusações contra democratas. A deputada republicana Nancy Mace afirmou que “os democratas são responsáveis pelo que aconteceu hoje”.

Democratas pedem calma e condenam violência

Em contraponto, líderes democratas condenaram veementemente o assassinato. A senadora Elizabeth Warren classificou o episódio como “horrível” e rebateu acusações: “Por favor. Por que não começam pelo presidente dos Estados Unidos? E cada meme e palavra ofensiva que ele publicou”.

O líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, escreveu no X que “a violência política NUNCA é aceitável”. Já o governador da Califórnia, Gavin Newsom, chamou o ataque de “nojento, vil e repreensível”, pedindo união contra qualquer forma de violência política.

Eco em grupos extremistas e risco de escalada

Personalidades da extrema direita também exploraram o episódio. Steve Bannon classificou Kirk como “o mártir do America First” em seu podcast, defendendo que conservadores “não podem recuar”. Grupos como os Proud Boys, embora sem convocar abertamente mobilizações armadas, disseminaram vídeos que mostravam pessoas supostamente rindo da morte do ativista.

Nealin Parker, diretora da organização Common Ground USA, alertou que a radicalização digital pode ter consequências graves: “As pessoas estão dispostas a acreditar em coisas terríveis sobre o outro lado. O que acontece online realmente importa”.

A investigação do assassinato segue em andamento, sem que as autoridades tenham revelado até agora a motivação ou a identidade do atirador. Enquanto isso, a morte de Charlie Kirk aprofunda divisões políticas nos Estados Unidos, elevando o risco de novos episódios de violência em um cenário já marcado pela polarização.

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