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Furacão Melissa alcança categoria 5 e ameaça Caribe

Tempestade atinge ventos de 260 km/h e provoca evacuações em massa na Jamaica, Haiti, Cuba e República Dominicana

Furacão Melissa (Foto: Reuters)

247 - Países do Caribe entraram em alerta máximo nesta segunda-feira (27) com a chegada do furacão Melissa, que se intensificou rapidamente ao se aproximar da Jamaica, atingindo a categoria 5 — o nível mais alto na escala do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Segundo informações do O Globo, o fenômeno climático apresenta ventos sustentados de 260 km/h e já provocou a morte de quatro pessoas em três países diferentes. Trata-se da 13ª tempestade nomeada da temporada de furacões do Atlântico, que vai de junho a novembro.

De acordo com o boletim divulgado pelo NHC na manhã desta segunda-feira, “os ventos destrutivos, marés de tempestade e inundações catastróficas vão piorar na Jamaica ao longo do dia e durante a noite”. O órgão norte-americano informou ainda que o centro do furacão estava localizado a cerca de 210 km ao sudoeste de Kingston, capital jamaicana, e a 500 km da Baía de Guantánamo, em Cuba. Meteorologistas preveem que o Melissa atravesse o território jamaicano ainda hoje, trazendo chuvas que podem ultrapassar um metro de altura em regiões da Jamaica, Haiti e República Dominicana.

O ministro jamaicano do Governo Local, Desmond McKenzie, afirmou que “não se pode apostar contra o Melissa”, ao anunciar a abertura de abrigos em todo o país. O Serviço Meteorológico da Jamaica prevê marés ciclônicas de até quatro metros na costa sul, o que levou à evacuação obrigatória de comunidades costeiras e ao fechamento do aeroporto internacional e de todos os portos de Kingston desde sábado.

O vice-diretor do NHC, Jamie Rhome, alertou que “os habitantes das áreas afetadas devem permanecer abrigados em suas casas por dois ou três dias, ou até mais tempo para as populações que ficarão isoladas pelas inundações catastróficas”. Ele reforçou que as condições na Jamaica “vão piorar muito rapidamente nas próximas horas”.

O furacão Melissa pode se tornar o mais destrutivo da história jamaicana. Segundo registros do NHC, o furacão mais forte que atingiu a ilha anteriormente foi o Gilbert, em 1988, que chegou à categoria 4, com ventos de 209 km/h, desalojando meio milhão de pessoas e deixando 45 mortos. Desde então, outros furacões de categoria 4 causaram danos milionários: o Beryl, em 2024, com prejuízo de US$ 200 milhões; o Dean, em 2007, com US$ 300 milhões em destruição; e o Ivan, em 2004, que deixou 17 mortos e perdas de US$ 600 milhões.

No passado, o furacão Charlie, em 1951, foi considerado o “pior desastre do século” na Jamaica, matando 152 pessoas e deixando mais de 25 mil desabrigados. Agora, com ventos de 260 km/h, o Melissa ameaça ultrapassar todos esses recordes de devastação.

Alerta em toda a região do Caribe

Autoridades de ao menos cinco países — Haiti, Jamaica, República Dominicana, Cuba e Bahamas — mobilizaram operações de emergência e evacuação em massa. No Haiti, três pessoas morreram e uma está desaparecida após deslizamentos e enchentes. A República Dominicana registrou uma morte e deslocou cerca de 4 mil pessoas até o domingo, colocando quatro províncias em alerta vermelho.

Em Cuba, seis províncias permanecem sob alerta de furacão. As autoridades estão limpando ruas, removendo semáforos e podando árvores para reduzir riscos, enquanto comunidades costeiras foram evacuadas. No Haiti, cerca de 2 mil pessoas estão abrigadas, e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou o envio de US$ 900 mil em assistência direta a 9,5 mil famílias haitianas e 4 mil dominicanas, além de posicionar alimentos em Cuba para atender 275 mil pessoas por até 60 dias.

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