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Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é condenado por caso de financiamento da Líbia

Ex-presidente foi considerado culpado por formação de quadrilha, mas absolvido da acusação de corrupção

Nicolas Sarkozy (Foto: REUTERS/Charles Platiau)

247 - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi condenado nesta quinta-feira (25) por formação de quadrilha no caso de financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007, com suposto apoio do governo então presidente líbio Muammar Kadafi. Apesar da condenação, ele foi absolvido da acusação de corrupção.

Segundo a RFI, os juízes consideraram que Sarkozy favoreceu a reintegração da Líbia no cenário internacional e chegou a prometer apoio a Abdallah Senoussi, cunhado de Kadafi, condenado à prisão perpétua pelo atentado ao voo DC-10 da UTA em 1989.

Condenação histórica na França

A juíza Nathalie Gavarino afirmou que Sarkozy, de 70 anos, é culpado por permitir que seus colaboradores buscassem apoio financeiro do regime líbio. O Ministério Público havia solicitado pena de sete anos de prisão em regime fechado e multa de 300 mil euros.

Defesa mantém versão de inocência

Sarkozy negou até o fim qualquer envolvimento ilegal. “Não existe nenhuma prova contra mim”, disse o ex-presidente, que confirmou que irá recorrer da sentença. Este julgamento era visto como o de maior peso entre as investigações que envolvem seu nome.

O ex-chefe de Estado já havia sido condenado em 2023 a um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência em um caso de escutas telefônicas. Na ocasião, cumpriu a pena com tornozeleira eletrônica antes de recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH).

Colaboradores próximos também são punidos

Dois aliados de Sarkozy também foram condenados. Claude Guéant, seu ex-chefe de gabinete, foi considerado culpado por corrupção passiva e falsificação de documentos. Já Brice Hortefeux, ex-ministro, recebeu condenação por participação na quadrilha.

As penas definitivas ainda serão anunciadas pelo tribunal. Para os outros 11 réus do processo, foram solicitadas punições que variam de um a seis anos de prisão.

Pacto com Kadafi

As investigações apontam que o suposto pacto de corrupção teria sido firmado no final de 2005, quando Sarkozy era ministro do Interior. O acordo envolveria apoio financeiro de Kadafi para impulsionar sua candidatura à presidência da França em 2007.

As acusações incluem corrupção, ocultação de recursos desviados, financiamento ilícito e conspiração criminosa. Se confirmadas as penas máximas, Sarkozy pode enfrentar até dez anos de prisão, multa de 375 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões) e inelegibilidade por três anos.

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