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EUA temem que Netanyahu rompa cessar-fogo em Gaza durante visita de Vance a Israel

Vice-presidente JD Vance desembarca em Tel Aviv em meio a pressões dos EUA para evitar que Netanyahu desfaça acordo de trégua com o Hamas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, participam de coletiva de imprensa na Casa Branca - Washington, D.C., EUA - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

247 - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu volta a ser alvo de preocupação em Washington. De acordo com reportagem do The New York Times, autoridades norte-americanas temem que ele possa romper o cessar-fogo firmado na Faixa de Gaza e retomar a ofensiva militar contra o Hamas.

Segundo a publicação, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, desembarcou em Israel acompanhado de enviados especiais, como Steve Witkoff e Jared Kushner, com a missão de pressionar Netanyahu a manter os termos do acordo. A viagem ocorre em meio a um ambiente de tensão política, já que cresce no governo norte-americano a percepção de que o premiê israelense pode agir deliberadamente contra o pacto de trégua.

Corpos de reféns e pressão internacional

Outro ponto sensível nas negociações envolve os corpos de 15 prisioneiros que ainda estariam em poder do Hamas em Gaza. O movimento de resistência da Palestina afirma necessitar de mais tempo e de maquinário pesado para localizar os restos mortais, argumentando que alguns estariam soterrados sob escombros. O líder do Hamas, Khalil al-Hayya, declarou em entrevista à TV egípcia Al-Qahira Al-Akhbariya: “Estamos prontos para recuperar e entregar todos os corpos de acordo com o acordo; não temos interesse em manter ninguém conosco. Que retornem a seus familiares, e que nossos mártires também sejam sepultados com dignidade.”

Israel, no entanto, acusa o Hamas de terrorismo e de manipulação e afirma que os corpos poderiam ser devolvidos em pouco tempo, sem necessidade de equipamentos adicionais. Israel alega que o Hamas pode utilizar máquinas pesadas para fins militares.

Operações militares no Líbano

Enquanto a diplomacia se complica, o Exército israelense (IDF) confirmou que destruiu vários postos do Hezbollah no lado libanês do Monte Dov. 

Trump e as pressões sobre Israel

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua a colocar peso político sobre o conflito. Em Washington, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, instou o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, a apoiar integralmente o plano norte-americano para encerrar a guerra em Gaza.

O plano prevê cessar-fogo, retirada parcial de tropas israelenses e a troca de prisioneiros. Smotrich, que integra a ala mais radical do governo Netanyahu, tem se mostrado contrário à proposta, defendendo a retomada da guerra após ataques recentes contra soldados israelenses.

Conflito e incertezas

A situação aumenta a pressão diplomática sobre Netanyahu, cuja liderança enfrenta crescente desgaste internacional. Autoridades dos EUA avaliam inclusive a possibilidade de enviar especialistas turcos para auxiliar na recuperação dos corpos em Gaza, medida que poderia destravar parte das negociações.

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