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      EUA devem tomar medidas reais para cancelar as restrições à China, diz editorial do Global Times

      Pequim e Washington buscam implementar consenso para pôr fim à guerra comercial, mas problemas persistem

      (Foto: Gerada por IA/DALL-E)

      247 - Na nesta sexta-feira (27) o jornal Global Times referiu-se ao anúncio do Ministério do Comércio da China de que Pequim e Washington finalizaram os detalhes de uma estrutura para implementação do consenso alcançado nas negociações comerciais de Genebra. Segundo o comunicado, a China analisará e aprovará pedidos de exportação de itens controlados, conforme sua legislação, enquanto os Estados Unidos removerão uma série de restrições comerciais impostas à China.

      Antes do anúncio chinês, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmaram separadamente que as duas maiores economias do mundo haviam “assinado um acordo”. A perspectiva de alívio nas tensões comerciais entre os países impulsionou os mercados financeiros internacionais, reforçando a expectativa global de que o livre comércio, e não as barreiras tarifárias, é o caminho desejado pela maioria dos países.

      Esse avanço ocorre após o encontro das equipes econômica e comercial dos dois países, realizado entre 9 e 10 de junho em Londres, quando foi firmado um acordo de princípios para consolidar os resultados das negociações de Genebra. “Os resultados foram reconhecidos e aprovados por ambos os governos”, destacou o Global Times, ressaltando que o entendimento representa um alívio para a economia global.

      Ainda assim, o jornal chinês apontou contradições na postura de Washington, que, segundo Pequim, costuma enviar sinais ambíguos. Apesar da assinatura de acordos em Genebra e Londres reafirmarem a busca por uma “relação econômica e comercial sustentável e mutuamente benéfica”, há relatos de medidas que podem aumentar as tensões, como rumores sobre o fim de isenções para semicondutores e potenciais sanções contra empresas chinesas como a DeepSeek.

      Para analistas chineses, atribuir à China a culpa pelas disputas comerciais representa “grave distorção da realidade”. O jornal defende que as dificuldades bilaterais derivam do abuso de tarifas pelos EUA e que a disposição de Pequim para o diálogo demonstra boa vontade em buscar soluções legais e sensatas. “Transformar essa boa vontade em arma de chantagem, como fazem certos setores nos EUA, é injusto e contraproducente”, afirma o texto.

      O Global Times também interpretou o recuo parcial de Washington como um reconhecimento tardio do impacto negativo das tarifas sobre sua própria economia. Relatório do Rabobank citado na matéria aponta que mais de 25% dos investidores holandeses reduziram suas aplicações em ações americanas nos últimos seis meses, preocupados com as políticas imprevisíveis dos EUA.

      A China, por sua vez, afirma que vem se comportando de maneira responsável e construtiva, ao defender o comércio multilateral e reforçar o sistema da OMC. Eventos como o Fórum de Verão de Davos, realizado em Tianjin, são destacados como demonstração do papel da China como “motor fundamental do crescimento global”.

      O jornal conclui que, para evitar novas crises e garantir estabilidade, é essencial que China e EUA se comprometam com respeito mútuo, coexistência pacífica e ganhos compartilhados. “Politizar questões comerciais e tratá-las como moeda de troca só dificultará a solução racional das divergências”, adverte o texto, reforçando a necessidade de ações concretas e coordenação bilateral para restaurar a confiança e impulsionar a cooperação.

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