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Em Nova Délhi, Alckmin e Múcio reforçam parceria em Defesa com a Índia

Vice-presidente destacou “autonomia estratégica” e disse que os países compartilham ambição de desenvolver capacidades próprias em defesa e tecnologia

Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante a reunião com o ministro da Defesa Indiano, Rajnath Singh, em Nova Delhi, na Índia. (Foto: Virendra Singh/Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC))

247 - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reuniram-se nesta quarta-feira (15) em Nova Délhi com o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, para discutir novas oportunidades de cooperação entre Brasil e Índia nas áreas de defesa, tecnologia e indústria.

O encontro integra a missão oficial brasileira à Índia, liderada por Alckmin, que ocorre de 15 a 17 de outubro, com o objetivo de ampliar o comércio bilateral, atrair investimentos e promover parcerias estratégicas entre os dois países.

 “É uma grande satisfação reforçar o diálogo entre Brasil e Índia na área de defesa, setor em que compartilhamos uma visão de autonomia estratégica, cooperação tecnológica e equilíbrio global”, afirmou Alckmin ao abrir a reunião.

O vice-presidente ressaltou a importância de aprofundar a cooperação político-militar entre os países e destacou que o Brasil atribui prioridade à realização da 2ª edição do Diálogo Político-Militar Brasil–Índia (Mecanismo 2+2), prevista para ocorrer em Brasília, após o primeiro encontro realizado em Nova Délhi no ano passado.

Parceria em submarinos e aviões da Embraer

Durante a reunião, o ministro José Múcio Monteiro enfatizou que o fortalecimento das relações bilaterais no campo da defesa é uma decisão política dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Narendra Modi.

 “Já estivemos com todos os comandantes aqui conversando, cada um com as suas áreas específicas. Faltava que eu viesse aqui para que essas coisas fossem implementadas”, disse o ministro.

Múcio citou o interesse das Marinhas do Brasil e da Índia em cooperar na manutenção dos submarinos franceses Scorpène, operados por ambas as forças navais, e confirmou o avanço das tratativas para que a Índia adquira seis aeronaves E-145 da Embraer, que seriam adaptadas para uso em plataformas de alerta aéreo antecipado e controle.

 “Eles estão adquirindo uns aviões-radares que nós estamos trazendo do Brasil para eles adaptarem aqui. Nós estamos tentando fazer operações também no campo de manutenção de submarinos, já que os nossos submarinos são do mesmo modelo”, afirmou.

Segundo Múcio, o diálogo avança de forma positiva.

 “As coisas estão andando bem. Nós temos interesse em aumentar as nossas relações e as nossas parcerias”, completou.

Interesse industrial e transferência tecnológica

Como exemplo do avanço empresarial brasileiro no mercado indiano, os ministros destacaram a decisão da Embraer de abrir um escritório regional em Nova Délhi. A empresa negocia com a indiana Mahindra Systems um possível acordo de coprodução da aeronave multimissão C-390 Millennium.

Alckmin afirmou que há amplo espaço para parcerias industriais e transferência de tecnologia, com benefícios mútuos para as duas bases industriais de defesa.

 “O momento é propício para aprofundar o relacionamento, à luz da expansão da indústria indiana de defesa e de sua estratégia de diversificação de fornecedores”, disse. “Acreditamos que Brasil e Índia compartilham a mesma ambição de desenvolver uma capacidade autônoma de defesa, ancorada na confiança mútua e na busca de soluções tecnológicas próprias”, completou.

Relação estratégica e metas bilaterais

Em 2025, Brasil e Índia completam 77 anos de relações diplomáticas. Desde 2006, os países mantêm uma Parceria Estratégica, com cooperação ativa em fóruns como BRICS, G20 e IBAS (Índia, Brasil e África do Sul).

A missão liderada por Alckmin cumpre decisões acordadas entre Lula e Modi durante a visita de Estado do primeiro-ministro indiano ao Brasil, em julho, e reforçadas em nova conversa telefônica em agosto.

Os dois líderes estabeleceram a meta de elevar o comércio bilateral a US$ 20 bilhões até 2030 e concordaram em iniciar negociações para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial Mercosul–Índia ainda este ano.

Cinco eixos estratégicos da relação Brasil–Índia

A visita da comitiva brasileira à Índia busca aprofundar a cooperação bilateral ao longo de cinco eixos estratégicos definidos por Lula e Modi:

  1.  Defesa e segurança;
  2.  Segurança alimentar e nutricional;
  3.  Transição energética e mudanças climáticas;
  4.  Transformação digital e tecnologias emergentes;
  5. Parcerias industriais em áreas estratégicas.

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