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Alckmin lidera missão à Índia por mais comércio, investimentos, empregos e cooperação

Vice-presidente destaca complementaridade econômica entre Brasil e Índia e prepara visita do presidente Lula a Nova Délhi em fevereiro

O vice-preisdente Geraldo Alckmin (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, iniciou nesta quarta-feira (15) uma missão oficial à República da Índia, com o objetivo de ampliar o comércio, atrair investimentos e gerar empregos em ambos os países. A agenda, que se estende até 17 de outubro em Nova Délhi, reforça a Parceria Estratégica Brasil-Índia, estabelecida em 2006, e ocorre em um momento de forte expansão no intercâmbio econômico entre as duas nações. As informações são da Agência Gov.

Vou à Índia com espírito de abrir mercados e aumentar o comércio. Podemos ter muita complementaridade econômica e investimentos recíprocos”, afirmou Alckmin, acrescentando que a viagem também servirá para “preparar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para fevereiro”.

Crescimento das trocas comerciais

Os dados reforçam o otimismo. De janeiro a maio de 2025, as exportações brasileiras para a Índia cresceram 14,8%, somando US$ 2,395 bilhões, enquanto as importações avançaram 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, o comércio bilateral totalizou US$ 12 bilhões, o que manteve a Índia como o 10º maior parceiro comercial do Brasil.

Entre os principais produtos exportados estão açúcares, melaço, petróleo bruto, gorduras vegetais e algodão, enquanto o Brasil importa da Índia principalmente compostos químicos, derivados de petróleo, inseticidas e medicamentos.

O objetivo é expandir ainda mais o fluxo de comércio bilateral, que já é o sétimo maior do Brasil”, destacou o vice-presidente.

Missão público-privada e novos acordos

A comitiva brasileira inclui os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e José Múcio Monteiro (Defesa), além de representantes de diversos ministérios e instituições como ApexBrasil, Petrobras, Fiocruz, Anvisa e Agência Espacial Brasileira. Também participam empresários dos setores de agronegócio, energia, tecnologia, saúde, construção e moda.

Durante a visita, Alckmin participará do Diálogo Empresarial Brasil-Índia, coordenado pelo Itamaraty e pela ApexBrasil, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI). O evento marcará a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a CNI e a FICCI, criando o Fórum Empresarial de Líderes Brasil-Índia — mecanismo permanente de diálogo entre os setores privados dos dois países.

É uma missão de trabalho para abrir comércio, investimentos e gerar emprego em ambos os países. O Brasil está de portas abertas para fazer mais, melhor e mais rápido com a Índia”, afirmou Alckmin.

Eixos estratégicos e ampliação do acordo Mercosul-Índia

A missão busca fortalecer os cinco eixos estratégicos definidos por Lula e pelo primeiro-ministro Narendra Modi:

  •  Defesa e segurança
  •  Segurança alimentar e nutricional
  •  Transição energética e mudança do clima
  •  Transformação digital e tecnologias emergentes
  •  Parcerias industriais em áreas estratégicas

Entre os principais pontos da agenda está a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia, atualmente limitado a cerca de 450 linhas tarifárias. A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) já aprovou a abertura de negociações para ampliar o número de produtos com tarifas reduzidas.

Brasil e Índia têm ingredientes essenciais para a transição energética: tecnologia, escala e inclusão. Podemos crescer juntos e de forma sustentável”, afirmou Alckmin.

Setores prioritários de cooperação

A missão brasileira também prioriza áreas com forte potencial de complementaridade:

  •  Saúde: fortalecimento da parceria com a indústria farmacêutica indiana para produção de genéricos e insumos, reduzindo custos e ampliando o acesso no SUS.
  •  Energia e biocombustíveis: cooperação para o desenvolvimento do combustível sustentável de aviação (SAF) e ampliação da mistura de etanol na gasolina.
  •  Defesa e indústria aeronáutica: a Embraer inaugura escritório regional em Nova Délhi, abrindo espaço para novas parcerias tecnológicas.
  •  Agroindústria: expansão das exportações de proteínas e produtos agroindustriais brasileiros.
  •  Transformação digital: intercâmbio em infraestrutura pública digital e data centers, inspirada no modelo tecnológico indiano.

Parceria estratégica consolidada

Em 2025, Brasil e Índia celebram 76 anos de relações diplomáticas, marcadas por intensa cooperação em fóruns como BRICS, G20 e IBAS. Durante a visita de Estado de Modi ao Brasil, em julho, os dois líderes definiram a meta de elevar o comércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030.

O encontro também resultou no compromisso de iniciar as negociações de ampliação do acordo Mercosul-Índia ainda neste ano, consolidando uma nova fase de cooperação entre as duas maiores economias do hemisfério Sul.

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