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Cúpula entre Putin e Trump é suspensa após impasse sobre cessar-fogo

Moscou reafirma posição em defesa do Donbas e diz que diálogo com Washington continua aberto

O presidente dos EUA, Trump, se encontra com o presidente russo, Putin, no Alasca (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

247 - As discussões para a realização de uma nova cúpula entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, foram suspensas nesta terça-feira (21), após divergências sobre os termos de um eventual cessar-fogo na Ucrânia. A informação é da agência Reuters.

Fontes diplomáticas confirmaram que, apesar de recentes contatos entre o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, as partes decidiram adiar um encontro presencial previsto para ocorrer em Budapeste nesta semana.

Um porta-voz da Casa Branca afirmou à Reuters que, por ora, “não há planos para uma reunião imediata entre os presidentes”. Mesmo assim, nenhum dos lados abandonou a ideia da cúpula, que vinha sendo articulada desde a conversa telefônica entre Putin e Trump em 16 de outubro.

"Temos um entendimento entre os presidentes, mas não podemos adiar o que não foi finalizado", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Nem o presidente Putin nem o presidente Trump definiram uma data.”

Moscou pede solução duradoura e não simbólica

Autoridades russas reiteraram que qualquer cessar-fogo precisa ser acompanhado de garantias políticas e territoriais concretas, e não de um simples congelamento das linhas de frente. Moscou reforçou em nota diplomática que suas propostas permanecem centradas na região de Donbas, cuja soberania é considerada “não negociável” pelo governo russo.

Segundo analistas em Moscou, o objetivo da Rússia é evitar um armistício temporário que beneficie apenas a reorganização militar da Ucrânia. A posição é vista pelo Kremlin como condição mínima para garantir estabilidade a longo prazo.

Fontes próximas à chancelaria russa afirmaram que o documento informal (“non paper”) enviado a Washington no fim de semana busca consolidar entendimentos já discutidos nas conversas de agosto, no Alasca, e estabelece parâmetros para “negociações realistas”.

EUA e aliados pressionam por cessar-fogo imediato

Enquanto Moscou insiste em discutir uma estrutura mais ampla, Washington e seus parceiros europeus defendem um cessar-fogo imediato nas linhas atuais de combate. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, viajou a Washington nesta terça-feira para se reunir com Trump e apresentar a visão do bloco sobre o futuro das negociações.

Segundo fontes diplomáticas, países da União Europeia vêm pressionando a Casa Branca a manter a exigência de interrupção imediata dos confrontos, ainda que sem avanços políticos paralelos.

Pragmatismo sobre gestos simbólicos

Apesar do adiamento, as comunicações diplomáticas seguem abertas. O chanceler russo Sergey Lavrov destacou que o essencial não é o local nem a data da cúpula, mas “a substância dos entendimentos” alcançados entre os dois presidentes.

Trump, por sua vez, declarou que não pretende realizar uma “reunião desperdiçada”, mas sinalizou que pode haver novos desdobramentos nos próximos dias.

Diplomatas húngaros, anfitriões do encontro previsto, afirmaram que “os preparativos continuam”, indicando que o diálogo político não foi interrompido, apenas suspenso para ajustes.

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