Europa e Ucrânia elaboram documento com 12 pontos para ser entregue à Rússia
Um conselho presidido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, supervisionaria a implementação do plano proposto para o término da guerra
247 - Representantes de países europeus e da Ucrânia iniciaram as negociações para uma proposta de 12 pontos para encerrar a guerra com a Rússia. A informação foi publicada nesta terça-feira (21) pela Bloomberg. Um conselho de paz presidido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, supervisionaria a implementação do plano proposto, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto.
O governo russo renovou as exigências de que a Ucrânia ceda toda a área oriental de Donbas, ao falar com Trump na última quinta-feira (16), informaram interlocutores do assunto. As tropas russas não conseguiram ocupar totalmente a área, que são as regiões de Donetsk e Luhansk.
Como parte do acordo, as sanções contra a Rússia seriam gradualmente suspensas, mas cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em reservas congeladas do banco Central seriam devolvidos apenas se Moscou concordasse em contribuir para a reconstrução da Ucrânia.
Após a conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, Donald Trump afirmou que pretendia realizar uma reunião pessoal com Putin em Budapeste, na Hungria.
A Rússia mantém oposição à entrada da Ucrânia na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), bloco militar liderado pelos EUA.
Diálogos
Na segunda-feira (20), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, falou por telefone com o chanceler russo, Serguei Lavrov, mas os dois lados não chegaram a um acordo sobre uma reunião para preparar a cúpula.
A Rússia minimizou as expectativas para um encontro antecipado entre Putin e Trump. "O trabalho pela frente será desafiador", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça (21), segundo a agência de notícias Interfax. "Nem o presidente Trump nem o presidente Putin deram um prazo preciso. É necessária preparação, uma preparação séria."
Estatísticas
Desde o início da operação militar especial em 2022, o Exército russo destruiu os seguintes armamentos do adversário (números divulgados pela Sputnik):
- 667 aviões
- 283 helicópteros
- 91.466 veículos aéreos não tripulados
- 633 sistemas de mísseis antiaéreos
- 25.602 tanques e outros veículos blindados de combate
- 1.605 lançadores múltiplos de foguetes
- 30.683 peças de artilharia de campo e morteiros
- 44.481 unidades de veículos militares especiais
Desafio à tentativa de hegemonia dos EUA
A Rússia ocupa posição de destaque no cenário internacional como um dos principais polos de oposição à hegemonia dos Estados Unidos tanto no campo político quanto no econômico. Entre as iniciativas em discussão pelo governo russo está a criação de uma moeda comum no âmbito do BRICS, medida que teria como efeito a diminuição da dependência do dólar nas transações globais.
No aspecto militar, o país liderado por Vladimir Putin aparece como a segunda maior potência do mundo, com índice de 0,0788 em 2024, segundo levantamento da Global Firepower realizado em 145 nações. A primeira colocação ficou com os EUA (0,0744). A China ocupa a terceira posição (0,1184), seguida por Índia (0,1184) e Coreia do Sul (0,1656). O Brasil aparece em 11º lugar, com 0,2415.
Esse poderio militar se reflete na guerra da Ucrânia, conflito em que a Rússia mantém vantagem diante das dificuldades dos EUA e da Europa em oferecer alternativas efetivas de apoio ao governo ucraniano.
Contexto geopolítico
O atual presidente norte-americano, Donald Trump, tem buscado um acordo com Moscou para encerrar a guerra, diante da falta de resultados mesmo com o suporte fornecido por países europeus à Ucrânia.
Com uma política externa voltada para os interesses dos Estados Unidos, Trump também direciona sua atuação para regiões estratégicas como a Faixa de Gaza e a América Latina, áreas consideradas relevantes na disputa internacional por recursos naturais e na contenção da influência de potências como China e Rússia.

