Com presença de Trump, Egito realiza hoje cúpula para consolidar cessar-fogo em Gaza
Encontro em Sharm el-Sheikh reúne mais de 20 líderes mundiais, mas exclui Israel e Hamas
247 - O Egito vai sediar nesta segunda-feira (13) uma cúpula internacional em Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, com o objetivo de consolidar um acordo que mantenha o cessar-fogo em Gaza. O encontro terá a participação de mais de 20 chefes de Estado e governo e será presidido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi. De acordo com o jornal The Times of Israel, nem Israel nem o Hamas foram convidados para o evento. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, porém, confirmou presença, apesar da rejeição de Israel a qualquer papel da entidade no futuro político de Gaza.
Objetivo da cúpula
O governo egípcio declarou que a reunião tem como foco “acabar com a guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços pela paz no Oriente Médio e inaugurar uma nova era de estabilidade regional”. O encontro também busca consolidar a segunda fase do plano de paz elaborado por Donald Trump, que prevê o desarmamento do Hamas e a criação de um novo órgão de governança em Gaza.
Um alto funcionário do governo norte-americano afirmou que o objetivo é obter consenso entre os quatro garantidores do plano — Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia — sobre os princípios gerais de uma estrutura em 20 pontos. “O foco é solidificar o apoio dos fiadores do acordo, não das partes”, explicou.
Contexto do conflito
A cúpula acontece logo após o início de um cessar-fogo mediado pelo Egito e pelo Catar, que permitiu a primeira fase da libertação de prisioneiros israelenses em poder do Hamas. Como parte do acordo, Israel deve liberar aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, entre eles 250 condenados por crimes graves.
Apesar do avanço, há obstáculos para a consolidação da paz. Integrantes do Hamas já declararam que entregar as armas está “fora de questão”. Hossam Badran, membro do birô político do grupo, afirmou em entrevista à AFP que a segunda etapa do plano de Trump, que exige o desarmamento da organização, “contém muitas complexidades e dificuldades”.
Presenças internacionais
Além de Trump e Sissi, líderes de peso já confirmaram presença: o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan; e o rei Abdullah II da Jordânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também participarão.
Segundo a agência Axios, convites foram enviados a dezenas de países, incluindo Alemanha, Espanha, Japão, Arábia Saudita, Índia, Canadá e Irã, embora a República Islâmica já tenha informado que não comparecerá.
Impacto regional
Embora não conte com a presença de Israel nem do Hamas, diplomatas avaliam que a cúpula pode abrir caminho para um processo mais amplo de normalização das relações regionais.


