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Com presença de Trump, Egito realiza hoje cúpula para consolidar cessar-fogo em Gaza

Encontro em Sharm el-Sheikh reúne mais de 20 líderes mundiais, mas exclui Israel e Hamas

O presidente dos EUA, Donald Trump, faz um sinal de positivo ao embarcar no Força Aérea Um, partindo para Israel, na Base Conjunta Andrews, Maryland, EUA, 12 de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

247 - O Egito vai sediar nesta segunda-feira (13) uma cúpula internacional em Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, com o objetivo de consolidar um acordo que mantenha o cessar-fogo em Gaza. O encontro terá a participação de mais de 20 chefes de Estado e governo e será presidido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi. De acordo com o jornal The Times of Israel, nem Israel nem o Hamas foram convidados para o evento. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, porém, confirmou presença, apesar da rejeição de Israel a qualquer papel da entidade no futuro político de Gaza.

Objetivo da cúpula

O governo egípcio declarou que a reunião tem como foco “acabar com a guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços pela paz no Oriente Médio e inaugurar uma nova era de estabilidade regional”. O encontro também busca consolidar a segunda fase do plano de paz elaborado por Donald Trump, que prevê o desarmamento do Hamas e a criação de um novo órgão de governança em Gaza.

Um alto funcionário do governo norte-americano afirmou que o objetivo é obter consenso entre os quatro garantidores do plano — Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia — sobre os princípios gerais de uma estrutura em 20 pontos. “O foco é solidificar o apoio dos fiadores do acordo, não das partes”, explicou.

Contexto do conflito

A cúpula acontece logo após o início de um cessar-fogo mediado pelo Egito e pelo Catar, que permitiu a primeira fase da libertação de prisioneiros israelenses em poder do Hamas. Como parte do acordo, Israel deve liberar aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, entre eles 250 condenados por crimes graves.

Apesar do avanço, há obstáculos para a consolidação da paz. Integrantes do Hamas já declararam que entregar as armas está “fora de questão”. Hossam Badran, membro do birô político do grupo, afirmou em entrevista à AFP que a segunda etapa do plano de Trump, que exige o desarmamento da organização, “contém muitas complexidades e dificuldades”.

Presenças internacionais

Além de Trump e Sissi, líderes de peso já confirmaram presença: o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan; e o rei Abdullah II da Jordânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também participarão.

Segundo a agência Axios, convites foram enviados a dezenas de países, incluindo Alemanha, Espanha, Japão, Arábia Saudita, Índia, Canadá e Irã, embora a República Islâmica já tenha informado que não comparecerá.

Impacto regional

Embora não conte com a presença de Israel nem do Hamas, diplomatas avaliam que a cúpula pode abrir caminho para um processo mais amplo de normalização das relações regionais. 

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