Colonos israelenses atacam diplomatas russos na Cisjordânia ocupada, diz porta-voz da Chancelaria

247 - Um grupo de diplomatas russos foi alvo de um ataque perpetrado por colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, em um incidente que causou danos a um veículo oficial e provocou forte reação por parte do governo russo. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, segundo reportagem do site RT.

O episódio ocorreu em 30 de julho, nas proximidades do assentamento israelense de Giv’at Asaf, considerado ilegal pelo direito internacional e localizado a leste de Ramallah, cerca de 20 quilômetros ao norte de Jerusalém. De acordo com Zakharova, os agressores chegaram a gritar ameaças contra os diplomatas que estavam a bordo do veículo.

“O carro diplomático russo sofreu danos mecânicos devido ao ataque”, informou a porta-voz, acrescentando que os ocupantes do veículo pertencem à missão da Federação da Rússia junto à Autoridade Palestina, sendo ao mesmo tempo credenciados pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Um dos pontos mais sensíveis levantados por Moscou foi a presença de militares israelenses no momento da agressão. Segundo Zakharova, os soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) “nem se deram ao trabalho de tentar impedir as ações agressivas dos agressores”.

Para o governo russo, a omissão dos militares agrava a gravidade do incidente. “Consideramos este incidente uma violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”, afirmou a diplomata.

Em resposta ao ocorrido, a embaixada da Rússia em Tel Aviv emitiu uma nota oficial às autoridades israelenses, exigindo explicações e providências.

Defesa do Estado palestino

O incidente ocorre em meio a um período de tensão diplomática crescente entre Moscou e Tel Aviv, especialmente após a intensificação da ofensiva militar israelense contra Gaza. A Rússia tem reafirmado sua posição histórica em defesa da criação de um Estado palestino como solução política para o conflito.

No mês passado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou que "a Rússia sempre aderiu à solução de dois Estados como base para resolver a questão palestina". A posição russa remonta ao ano de 1988, quando a então União Soviética reconheceu a declaração de independência da Palestina.