Chanceler polonês admite drones vindos da Ucrânia
Radoslaw Sikorski reconhece que aeronaves violaram espaço aéreo da Polônia a partir de Belarus e Ucrânia
247 - O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, admitiu que parte dos drones que cruzaram o espaço aéreo polonês na madrugada de 10 de setembro teve origem no território da Ucrânia. A informação foi divulgada pela agência russa TASS nesta quinta-feira (12), citando a coletiva de imprensa concedida por Sikorski ao lado de seu homólogo ucraniano, Andrey Sibiga, transmitida pela TVP Info.
Segundo Sikorski, “esses drones entraram em nosso espaço aéreo não apenas a partir da Ucrânia, mas também de Belarus”. Apesar da declaração, o chanceler voltou a classificar o episódio como uma “operação russa”, sem apresentar evidências para sustentar a acusação.
Divergências entre autoridades polonesas
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, havia afirmado anteriormente que a maioria dos drones teria entrado a partir de Belarus. Já o comando militar operacional polonês confirmou, na manhã de 10 de setembro, a destruição de diversos objetos identificados como veículos aéreos não tripulados. Autoridades informaram que foram registradas 21 violações do espaço aéreo nacional apenas naquela noite.
Reação da Otan e posição russa
Em resposta ao incidente, a Polônia solicitou a ativação do Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, mecanismo que prevê consultas entre os países-membros da OTAN em situações que ameacem a segurança de uma nação aliada.
Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer ataque planejado contra alvos poloneses. A pasta informou que, entre os dias 9 e 10 de setembro, as forças russas miraram apenas instalações do complexo militar-industrial ucraniano nas regiões de Ivano-Frankovsk, Khmelnitsky, Zhitomir, Vinnitsa e Lvov.
Os militares russos ressaltaram que os drones supostamente envolvidos no episódio têm alcance máximo de 700 quilômetros e reiteraram estar dispostos a dialogar com Varsóvia para esclarecer o caso.