Brasil e EUA negociam encontro Lula-Trump em outubro
Lula teria exigido que o encontro ocorra na Casa Branca. Itamaraty avalia reunião em país neutro
247 - O governo brasileiro segue em tratativas com a Casa Branca para viabilizar um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As conversas, iniciadas desde a Assembleia Geral da ONU, buscam superar divergências de agenda e de formato para que a reunião aconteça ainda em outubro.
Segundo informações da CNN Brasil, Lula teria exigido que o encontro ocorra na Casa Branca. O presidente brasileiro avalia que a reunião precisa ter caráter institucional e refletir a importância da retomada do diálogo entre os dois países.
Pessoas próximas relataram que Lula rejeitou a possibilidade de se encontrar com Trump em locais alternativos, como em Mar-a-Lago, resort do americano na Flórida. Por outro lado, o governo americano rejeitou uma reunião por telefone.
Interlocutores de Lula afirmaram que o presidente não aceita dar ao encontro um tom de reunião particular. Não se trata de uma conversa de amigos para “um ir na casa do outro”, teria afirmado Lula, segundo relato de um aliado. A ironia em relação à ideia de um encontro em Mar-a-Lago reforçou a mensagem de que a reunião precisa seguir o protocolo diplomático adequado a chefes de Estado.
Além de um possível encontro na Casa Branca, o Itamaraty também avalia encontros na Malásia ou na Itália, países que constam na agenda de viagens de ambos os líderes.
Itamaraty em ação
Enquanto a definição não avança, diplomatas do Itamaraty e a assessoria de assuntos internacionais da Presidência seguem em contato com representantes do governo americano. Apesar da ansiedade que a demora causa entre integrantes da equipe brasileira, aliados de Lula afirmam que a orientação do presidente é não ter pressa. A prioridade, ressaltam, é garantir que a conversa ocorra em um ambiente oficial, capaz de simbolizar a relevância da relação bilateral.
Expectativas para a agenda
O encontro, caso seja confirmado, deve abrir um novo canal de diálogo entre Brasil e Estados Unidos, interrompido desde a posse de Trump. A expectativa é que questões econômicas estejam no centro da pauta, incluindo a negociação de exceções ao tarifaço imposto por Washington contra produtos brasileiros.
