Autoridade Palestina denuncia que Israel instalou quase mil novas barreiras na Cisjordânia em dois anos
Desde o início do genocídio em Gaza, palestinos enfrentam restrições severas de movimento com portões metálicos e muros que bloqueiam acessos entre cidades
247 - A Autoridade Palestina denunciou que Israel ergueu quase mil novas barreiras na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023. A informação foi divulgada pela Comissão de Resistência ao Muro e aos Assentamentos, órgão vinculado ao governo palestino, informa o jornal The Times of Israel.
De acordo com a comissão, 916 portões, muros e barreiras foram instalados em vilas e cidades palestinas nos últimos dois anos. As estruturas, muitas vezes metálicas, bloqueiam entradas e saídas de comunidades inteiras, dificultando o deslocamento de milhares de pessoas entre regiões da Cisjordânia. Em diversos pontos, soldados israelenses são posicionados para controlar o fluxo.
Restrições e consequências para os civis
Os palestinos relatam que os portões funcionam com horários irregulares, em alguns casos, permanecem fechados por dias. Essa situação obriga moradores a dormir em casas de parentes ou amigos, ou ainda a caminhar longas distâncias para contornar as barreiras e chegar ao trabalho, à escola ou a hospitais.
Além dos portões, Israel também instalou blocos de concreto ao longo de calçadas e vias principais. Segundo as forças israelenses, esses obstáculos teriam o objetivo de evitar ataques com veículos contra civis e militares.
Um cotidiano de bloqueios
Organizações palestinas e observadores internacionais alertam que o aumento dessas estruturas intensifica o isolamento das comunidades e agrava a crise humanitária na Cisjordânia. O cenário se soma à escalada de violência e repressão que se seguiu ao ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, marco inicial da atual guerra em Gaza.
A denúncia da Autoridade Palestina reforça o argumento de que as medidas israelenses têm transformado a Cisjordânia em um território fragmentado e sob controle militar constante — uma realidade que, segundo grupos de direitos humanos, ameaça o cotidiano e o direito de livre circulação dos palestinos.


