Itamaraty cobra solução de dois Estados após avanço do plano de Trump para Gaza
Mais cedo, o Hamas disse que concordava em grande parte com o plano dos EUA
247 - O Ministério das Relações Exteriores disse em nota neste sábado (4) que acompanha "com atenção" as discussões que se seguiram ao anúncio, pelo governo norte-americano, do novo plano para cessar-fogo na Faixa de Gaza. A nota foi publicada após o movimento palestino Hamas afirmar que concorda, em grande parte, com o plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para Gaza.
De acordo com o Itamaraty, a população do enclave palestino "segue assolada, decorridos dois anos, por mortes, deslocamentos forçados, fome e destruição de lares e de infraestrutura vital".
A pasta também disse que espera que o plano leve ao estabelecimento do Estado palestino soberano, com base na solução de dois Estados.
"Ao reconhecer os esforços dos países mediadores para colocar fim ao conflito, o Brasil guarda expectativa de que, se aceito e implementado pelas partes, o plano resulte, entre outras medidas, na cessação imediata e permanente dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, na libertação dos reféns remanescentes, na entrada desimpedida de ajuda humanitária e no início urgente da reconstrução do território, sob apropriação e supervisão palestina. Defende, ademais, a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina", diz o documento.
"O Brasil reafirma a convicção de que o único caminho para uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital", acrescenta.
Por fim, a nota considera que o desdobramento de uma força militar internacional para Gaza, como defende Trump, só deve ocorrer após aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU.