AIEA insiste no retorno imediato de inspetores às instalações nucleares iranianas

247 - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) insiste que seus inspetores retornem às instalações nucleares no Irã o mais rápido possível e deem continuidade ao seu trabalho, afirmou nesta sexta-feira o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi. A informação é da agência Sputnik.

Durante uma palestra pública organizada pelo Instituto de Pesquisa e Segurança Nuclear da Universidade Nacional de Singapura (NUS), Grossi disse que é impossível mudar o passado, e que a tarefa atual é evitar novos ataques, episódios de violência e incidentes semelhantes.

O chefe da AIEA acrescentou que esta é uma das situações mais difíceis que a agência já enfrentou no contexto da não proliferação e lembrou que todos os países signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) submetem suas instalações nucleares ao regime de inspeção mais rigoroso.

No caso do Irã, os inspetores da agência vêm lidando com a situação com certo sucesso e também com algumas falhas, devido à existência de áreas cinzentas há muito tempo, afirmou Grossi.

Grossi também relembrou seu relatório ao Conselho de Governadores em junho, no qual afirmou que o Irã não possui armas nucleares nem um programa para desenvolvê-las, mas deve ser plenamente responsável por tudo o que faz, já que seu programa nuclear é extremamente grande e ambicioso.

Houve momentos no passado em que o Irã violou suas obrigações, o que gerou preocupação e dúvidas sobre o que realmente acontece no país, acrescentou o diretor.

Em 2 de julho, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian emitiu um decreto implementando uma lei que suspende a cooperação com a AIEA. O chanceler iraniano Abbas Araghchi observou que, apesar da decisão de suspender a cooperação, os canais de diálogo com a AIEA permanecem abertos.

O Irã declarou que a retomada da cooperação está condicionada à garantia de segurança de suas instalações nucleares e de seus cientistas. A suspensão da cooperação está ligada às críticas do Irã à AIEA e a Grossi por inação diante dos ataques dos EUA e de Israel às instalações nucleares em Fordow, Isfahan e Natanz.