Advogado de Trump volta a atacar Lula após chacina; entenda
Martin de Luca critica governo brasileiro por recusar cooperação antiterrorismo com os Estados Unidos
247 – O advogado Martin de Luca, integrante da equipe jurídica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar o governo brasileiro após a chacina no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos.
Em publicação no X (antigo Twitter), De Luca afirmou que a tragédia era “inevitável” e acusou o presidente Lula de “proteger criminosos” ao recusar uma proposta de cooperação antiterrorismo oferecida por Washington.
“O que está acontecendo no Rio era inevitável. O governo federal tem estado paralisado ou relutante em enfrentar o PCC e o Comando Vermelho”, escreveu o advogado.
Segundo De Luca, os Estados Unidos ofereceram em maio uma parceria para classificar o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas estrangeiras (FTOs), o que permitiria o uso de instrumentos do aparato antiterrorismo norte-americano, como compartilhamento de inteligência, rastreamento financeiro, bloqueio de ativos e sanções internacionais.
“Esse status desbloqueia todo o peso das ferramentas de contraterrorismo dos EUA — o mesmo arcabouço usado para desmontar a rede global do Estado Islâmico e cortar suas fontes de financiamento”, afirmou.
“O governo recusou sob o pretexto de soberania”
O advogado afirmou ainda que o governo Lula recusou a proposta norte-americana, alegando defesa da soberania nacional — argumento que De Luca classificou como “pretexto político” usado para “acobertar a inércia” diante da criminalidade.
“A desculpa foi ‘soberania’, a mesma palavra que usam para defender censura, corrupção e inação, enquanto brasileiros vivem cada vez mais sob o domínio do crime organizado”, escreveu.
Em tom crítico, ele acusou o governo brasileiro de investigar policiais e autoridades que participaram da operação, em vez de se posicionar ao lado das forças de segurança.
“Agora essas mesmas facções estão sobrevoando o Rio com drones e atirando em policiais com armas militares. E, em vez de apoiar a polícia, o governo decidiu investigar os que tiveram coragem de enfrentá-las.”
A publicação de De Luca reacende a tensão diplomática entre Brasília e Washington, num momento em que o massacre no Rio repercute mundialmente e levanta questionamentos sobre a eficácia do modelo de segurança pública adotado pelo governo estadual de Cláudio Castro.
O tom do advogado de Trump também reflete a aproximação ideológica entre setores conservadores dos EUA e da extrema direita brasileira, que buscam explorar o episódio para desgastar politicamente o presidente Lula e reforçar o discurso de alinhamento automático às políticas de segurança norte-americanas.
“O governo federal tem que decidir que tipo de soberania quer — uma que protege o povo ou uma que protege os criminosos”, concluiu Martin de Luca em sua postagem.


