"Galípolo é a fonte de Malu Gaspar", diz Joaquim de Carvalho
No Boa noite 247, jornalista afirma que presidente do Banco Central teria falado em off sobre conversa com Alexandre de Moraes no caso Banco Master
247 – Em debate no programa Boa noite 247, com Jeferson Miola e Florestan Fernandes Júnio, o jornalista Joaquim de Carvalho afirmou que Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, seria a fonte da jornalista Malu Gaspar nas reportagens e colunas em que ela levantou suspeitas sobre suposta pressão do ministro Alexandre de Moraes no episódio envolvendo o Banco Master.
A fala de Joaquim aparece no momento em que o programa discutia a escalada de tensões em torno das acusações divulgadas por Malu Gaspar e a forma como ela passou a cobrar publicamente uma manifestação do próprio Galípolo. Para Joaquim, o fato de a colunista dirigir um desafio direto ao presidente do Banco Central seria um indício de que a origem das informações está no próprio dirigente da autoridade monetária.
“A fonte é o Galípolo”, afirmou Joaquim. Ele argumentou que o presidente do Banco Central estaria sendo “dúbio” ao negar publicamente qualquer pressão de Alexandre de Moraes, mas ao mesmo tempo admitiria, em conversas reservadas, que houve diálogo sobre o caso. “Ele disse que não foi pressionado, porém ele diz: ‘Mas não publique isso, tô contando, mas não publique’”, relatou.
Segundo Joaquim, esse tipo de dinâmica seria comum em reportagens construídas com base em fontes que falam em off, mas que deixam registros — como gravações — para proteger o jornalista caso seja desmentido. O comentarista afirmou que, se Galípolo negasse de forma frontal aquilo que teria dito reservadamente, a jornalista poderia então revelar o conteúdo que teria guardado como prova.
A reação de Alexandre de Moraes
Joaquim também comentou a postura do ministro Alexandre de Moraes diante das acusações divulgadas. Para ele, o fato de Moraes não ter reagido com maior contundência contra a jornalista e contra o veículo que publica as reportagens seria um sinal de que o conteúdo teria fundamento. “Pergunte para mim se ele vai fazer isso. Não vai fazer isso porque é verdade”, disse Joaquim, ao avaliar que o ministro poderia adotar medidas judiciais se estivesse diante de uma calúnia.
Na avaliação do jornalista, o episódio tende a desgastar politicamente Alexandre de Moraes caso a controvérsia se prolongue sem esclarecimentos completos. Ainda assim, Joaquim ponderou que, na prática, a tendência seria Galípolo “engolir seco”, mantendo-se em silêncio, e o assunto perder força com o tempo — embora permanecendo como marca na disputa política e institucional.
O comentário de Joaquim de Carvalho ganhou destaque justamente por colocar, de forma explícita, um personagem central — o presidente do Banco Central — como origem direta das informações atribuídas a “fontes” por Malu Gaspar, transformando o debate sobre o caso em uma disputa ainda mais sensível no plano institucional.



