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Governo Lula lança painel público com 250 ações do Plano de Transformação Ecológica

Em evento, autoridades destacaram avanços em finanças sustentáveis, transição energética e bioeconomia; mais de 150 das 250 ações já foram implementadas

Autoridades do Governo e representantes do setor privado, academia e sociedade civil participaram do painel “Novo Brasil: dois anos transformando a economia para um desenvolvimento justo e sustentável” (Foto: MF/Divulgação)

247 - O Ministério da Fazenda apresentou, no Rio de Janeiro, os resultados dos dois anos de implementação do Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica. O evento, ocorrido na quinta-feira passada (28), integrou a programação oficial da Rio Climate Action Week (RCAW) e marcou o lançamento do Painel de Monitoramento, plataforma de transparência desenvolvida em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV/DGPE) que permitirá acompanhar, em tempo real, as 250 ações estratégicas do plano — das quais mais de 150 já foram concluídas.

A agenda reforça a posição do Brasil como ator central na governança climática global, em preparação para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro. O governo brasileiro tem atuado para ampliar o financiamento climático internacional, com a meta de mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, além de propor novos mecanismos de governança financeira global baseados em inclusão, equidade e sustentabilidade.

Resultados concretos

Segundo o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, o Plano consolidou-se como a principal agenda de desenvolvimento sustentável do país, articulando políticas econômicas, regulatórias e sociais. Ele destacou metas ambiciosas, como o aumento de 10% da renda per capita até 2026 e a redução do índice de Gini para abaixo de 0,5 no mesmo período.

No campo ambiental, Dubeux afirmou que, com o uso ampliado de biocombustíveis e a queda no desmatamento, o Brasil está no caminho para atingir o cenário Net Zero até 2050 – resultado em que emissões e captura de carbono chegam a um resultado líquido zero.

Prioridades estratégicas

No segundo painel do evento, intitulado “Rumo à COP30: as contribuições do Novo Brasil para as ambições climáticas globais”, a diretora de Programa do Ministério da Fazenda, Carolina Grottera, destacou as prioridades brasileiras para Belém:

  • Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) – mecanismo inovador para financiar a preservação de florestas tropicais, com potencial de captar até US$ 125 bilhões;
  • Coalizão de Mercados de Carbono Nacionais – iniciativa para integrar países em sistemas interoperáveis e confiáveis de precificação de carbono;
  • Roteiro Baku-Belém – estratégia para ampliar o financiamento climático internacional e mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, com foco em mitigação, adaptação e apoio a populações vulneráveis.

O painel teve participação exclusivamente feminina, simbolizando o protagonismo das mulheres na governança climática global.

Transparência e governança

O Painel de Monitoramento lançado no Rio de Janeiro foi destacado como ferramenta essencial para garantir a transparência das ações. A plataforma permitirá que cidadãos, pesquisadores, setor privado e sociedade civil acompanhem a execução do plano, ampliando o controle social.

Avanços em finanças verdes e inovação

Entre os resultados já alcançados pelo Plano de Transformação Ecológica, o Ministério da Fazenda destacou:

  • Finanças sustentáveis: emissões de títulos soberanos verdes que já captaram US$ 4 bilhões; Fundo Clima com R$ 10 bilhões anuais; e leilões do programa Eco Invest Brasil que mobilizaram mais de R$ 74 bilhões em recursos.
  • Bioeconomia e sistemas agroalimentares: recuperação de até 6 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030; concessões de 1,3 milhão de hectares de florestas; e programa de conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em dez anos.
  • Transição energética: marco regulatório das eólicas offshore aprovado; incentivos de R$ 18 bilhões até 2032 para hidrogênio verde, com potencial de atrair R$ 130 bilhões em investimentos; e financiamento para aquisição de mais de 2.200 ônibus elétricos.
  • Infraestrutura verde e adaptação: programas de urbanização de favelas e contenção de encostas, com aportes bilionários via Novo PAC; e o lançamento do Plano Nacional de Defesa Civil com foco em prevenção de desastres climáticos.

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, destacou que o Plano vem ampliando a relevância do Brasil nos fóruns internacionais sobre clima e finanças. Já a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, classificou a estratégia como um dos pilares da contribuição brasileira para a conferência de Belém.

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