Governo Lula descarta crise de queimadas em 2025 após prevenção e clima mais favorável
Técnicos do governo apontam que fatores climáticos e novas medidas adotadas pelo Ministério do Meio Ambiente reduzem risco de repetição da crise de 2024
247 - Técnicos do Ministério do Meio Ambiente avaliam que o Brasil não deve enfrentar em 2025 uma crise de queimadas semelhante à registrada no ano passado. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo e aponta que a combinação de condições climáticas mais regulares e políticas de prevenção adotadas pelo governo reduzem significativamente a possibilidade de repetição do cenário crítico de 2024.
Comparativo com os últimos anos
Em 2024, o país viveu um aumento expressivo na destruição causada pelo fogo: a área atingida saltou 90% em relação a 2023, passando de 156.448 km² para 297.680 km². O agravamento se deu, sobretudo, pela seca severa que começou já em maio e atingiu biomas como Amazônia e Pantanal. Neste ano, porém, os técnicos observam um cenário distinto: o período de estiagem não se antecipou e ainda houve registro de chuvas recentes em regiões historicamente vulneráveis.
Política de combate e prevenção
Outro fator que fortalece a visão otimista é a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que estabelece corresponsabilidades no enfrentamento às chamas. De acordo com os especialistas, essa estratégia tem contribuído para reduzir a propagação dos incêndios. Além disso, investigações conduzidas pela Polícia Federal para identificar responsáveis pelas queimadas de 2024 devem avançar, o que, segundo o governo, atua como fator de dissuasão.
O Ministério do Meio Ambiente também editou, em fevereiro, uma portaria que declara estado de emergência ambiental em áreas com risco de incêndio florestal. A medida possibilita respostas mais rápidas em estados e municípios sob alerta climático. Outro ponto é a reinstalação da sala de situação criada no ano passado, agora com foco em prevenção e monitoramento.
Olho na COP30
As ações têm ainda um componente político importante: evitar que o país seja alvo de críticas durante a COP30, que ocorrerá em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro. O evento da ONU sobre mudanças climáticas reunirá líderes de todo o mundo e, segundo o governo, será uma vitrine do compromisso brasileiro com a preservação ambiental.