Desastres naturais já provocaram mais de R$ 730 bilhões em perdas em 2025
Relatório da Munich Re mostra impacto crescente da crise climática, com incêndios em Los Angeles liderando prejuízos globais
247 - As catástrofes naturais registradas em 2025 já provocaram prejuízos econômicos de grande escala no mundo inteiro, totalizando aproximadamente US$ 131 bilhões — o equivalente a R$ 733 bilhões. O levantamento é da seguradora Munich Re e foi divulgado nesta segunda-feira (29) pelo canal norte-americano CBS News, informa o jornal O Globo.
Apesar de o valor representar uma queda em relação ao primeiro semestre de 2024 — quando as perdas atingiram R$ 868 bilhões —, ele continua acima da média histórica. O relatório reforça o papel central das mudanças climáticas na intensificação desses eventos extremos, como incêndios, enchentes, furacões e terremotos.
Incêndios nos EUA lideram ranking de perdas - O maior desastre do ano até agora ocorreu nos Estados Unidos: os incêndios florestais na região de Los Angeles provocaram prejuízos da ordem de US$ 53 bilhões (R$ 297 bilhões). Deste total, cerca de US$ 40 bilhões (R$ 224 bilhões) estavam cobertos por seguros — o que torna o evento o mais caro do ano até o momento.
Tobias Grimm, cientista climático chefe da Munich Re, enfatizou a conexão direta entre o agravamento das condições meteorológicas e os impactos observados. “Precisamos encarar o fato de que as perdas estão aumentando e deixar claro que as mudanças climáticas desempenham um papel cada vez maior”, afirmou Grimm à CBS News.
Descompasso entre perdas e seguros - Embora os números de 2025 revelem que aproximadamente US$ 80 bilhões (R$ 448 bilhões) dos prejuízos totais estavam segurados — o segundo maior patamar já registrado desde 1980 —, a cobertura continua desigual. Em casos como o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar em março, matando cerca de 4,5 mil pessoas, a lacuna de proteção é alarmante. O desastre causou perdas estimadas em US$ 12 bilhões (R$ 67 bilhões), quase sem qualquer respaldo de seguro.
O relatório da Munich Re aponta que eventos relacionados ao clima — como incêndios e tempestades — responderam por 88% das perdas econômicas totais e por 98% dos valores segurados. Já os terremotos foram responsáveis por 12% das perdas gerais e apenas 2% das perdas com cobertura.
Risco de agravamento no segundo semestre - A Munich Re também alerta para a possibilidade de que os custos aumentem no segundo semestre, sobretudo devido à temporada de furacões no hemisfério norte, que se estende de agosto a novembro. Nos últimos oito anos, em sete deles os prejuízos segurados ultrapassaram US$ 100 bilhões (R$ 560 bilhões).
Diante da escalada de riscos, a seguradora reforça a urgência de políticas de adaptação e prevenção. Para Thomas Blunck, membro do Conselho de Administração da Munich Re, é fundamental repensar a forma como as cidades e comunidades estão sendo estruturadas diante da nova realidade climática.
“A melhor maneira de evitar perdas é implementar medidas preventivas eficazes, como construções mais robustas de edifícios e infraestrutura. E o mais importante: para reduzir a exposição futura, novos empreendimentos imobiliários não devem ser permitidos em áreas de alto risco”, alertou Blunck em nota oficial.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: