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Proposta de Xi Jinping define novo rumo para integração Ásia-Pacífico

Discurso do líder chinês na APEC defende abertura, multilateralismo e cooperação regional inclusiva

O presidente chinês Xi Jinping participa da primeira sessão da 32ª Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e profere um discurso intitulado "Construindo uma economia inclusiva e aberta na Ásia-Pacífico para todos", em Gyeongju, Coreia do Sul, em 31 de outubro de 2025. Foto: Xinhua (Foto: Xinhua )

247 - A 32ª Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) começou nesta sexta-feira (31) em Gyeongju, na Coreia do Sul, com uma mensagem clara de integração e cooperação. O presidente da China, Xi Jinping, apresentou uma proposta de cinco pontos voltada à construção de uma economia aberta e inclusiva na região, durante o discurso intitulado “Construindo uma economia inclusiva e aberta na Ásia-Pacífico para todos”.Segundo o Global Times, que publicou um editorial sobre o tema, Xi traçou um plano abrangente para fortalecer o papel da APEC diante dos desafios globais. O texto destacou a visão chinesa como “um novo caminho para a construção da comunidade Ásia-Pacífico”, reforçando a contribuição de Pequim à cooperação regional.

Cinco pontos para uma globalização inclusiva

O presidente Xi Jinping apresentou um conjunto de diretrizes que refletem o compromisso da China com o desenvolvimento comum e o multilateralismo. “Devemos unir forças em vez de nos separarmos e fortalecer nossos laços em vez de rompê-los”, afirmou o líder chinês, ao defender que as economias da região mantenham a missão original da APEC: promover crescimento, melhorar a vida das pessoas e garantir oportunidades compartilhadas.A proposta de cinco pontos delineia o papel da China como uma força estabilizadora e promotora de uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva. Xi destacou ainda que “a porta da China para o mundo não se fechará; ela se abrirá cada vez mais”, reiterando a disposição de Pequim em ampliar sua integração comercial.

Contexto global e desafios

O encontro da APEC ocorre num cenário em que o protecionismo e o unilateralismo voltam a ganhar força, ameaçando os avanços da globalização. Com a Ásia-Pacífico responsável por quase metade do comércio mundial e mais de 60% do PIB global, o fórum assume importância decisiva para o equilíbrio econômico internacional.Dados do relatório “Uma Ásia-Pacífico Vital: Opinião Pública em 16 Países”, elaborado pelo People’s Daily e pelo Global Times Institute, indicam que mais de 70% dos entrevistados esperam que as economias da região trabalhem juntas por uma comunidade harmoniosa e próspera.

Sinal positivo nas relações China-EUA

A reunião também coincidiu com um gesto diplomático significativo: China e Estados Unidos, país governado pelo presidente Donald Trump, anunciaram um consenso para suspender e eliminar parte das tarifas bilaterais. O movimento foi visto como um passo relevante para restaurar a confiança global e criar um ambiente favorável à cooperação regional.Analistas destacam que o resultado da cúpula sino-americana reforça o tema central da APEC — comércio e investimento —, ao indicar que as duas maiores economias do mundo estão buscando um ponto de equilíbrio. A expectativa é que o relaxamento das barreiras tarifárias gere efeitos positivos em cadeia na Ásia-Pacífico, ampliando a confiança no sistema multilateral de comércio.

Rumo a uma comunidade aberta e cooperativa

Xi Jinping também alertou para os riscos persistentes que ameaçam a prosperidade regional, das tensões geopolíticas à obsolescência das regras de governança digital. Para superá-los, o presidente defendeu a modernização das normas internacionais, tendo a Organização Mundial do Comércio (OMC) como base e acordos regionais como a Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP) como reforço.

O editorial do Global Times enfatiza que, diante dos desafios globais, a Ásia-Pacífico precisa permanecer unida, rejeitando o isolacionismo e apostando na cooperação. “As economias da região se oporão firmemente ao protecionismo, promoverão a abertura e buscarão o benefício mútuo por meio da cooperação”, resume o texto.Com o rumo traçado em Gyeongju, a APEC consolida-se como um espaço estratégico para definir o futuro da economia global, sob o impulso de uma visão chinesa de desenvolvimento compartilhado e integração duradoura.

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