Marinha da China surpreende o mundo com lançamentos aéreos do porta-aviões Fujian
Primeira embarcação chinesa equipada com catapulta eletromagnética realiza decolagens e pousos assistidos, deixando mídia internacional impressionada
247 – A Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLA Navy) anunciou, em 22 de setembro de 2025, que o porta-aviões Fujian, primeiro do país equipado com catapulta eletromagnética, realizou com sucesso decolagens assistidas e pousos de aeronaves militares. A informação foi divulgada pelo jornal Global Times, que destacou a repercussão imediata na imprensa internacional, que classificou o feito como um "salto impressionante" nas capacidades navais chinesas.
O treinamento incluiu três aeronaves de ponta: o caça pesado J-15T, o caça furtivo J-35 e o avião de alerta antecipado KJ-600. Segundo a Marinha chinesa, este avanço representa um passo decisivo para a entrada em operação plena do Fujian, considerado um divisor de águas no desenvolvimento da frota.
Reação da mídia estrangeira
A repercussão internacional foi imediata. O canal CNN destacou que apenas os Estados Unidos, com o porta-aviões USS Gerald R. Ford, possuem tecnologia semelhante de catapulta eletromagnética, utilizada desde 2022. A emissora norte-americana ressaltou que o sistema permite que as aeronaves decolem com maior carga de armamentos e combustível, ampliando significativamente o alcance de combate.
O portal The War Zone sublinhou que nem mesmo a Marinha dos EUA conseguiu até agora lançar caças furtivos F-35C com esse sistema. Assim, o lançamento do J-35 pelo Fujian representa o primeiro do tipo em escala global. Em tom de surpresa, a publicação chamou o feito de "um salto impressionante" na capacidade chinesa.
Já o site Naval News observou que o anúncio da Marinha chinesa, divulgado durante os nonos testes de mar do Fujian, foi feito de forma repentina, surpreendendo especialistas e analistas. O USNI News, portal vinculado ao Instituto Naval dos EUA, classificou o teste como "um marco significativo" no programa de porta-aviões da China.
Analistas chineses: salto estratégico
O especialista militar Zhang Junshe, ouvido pelo Global Times, afirmou que a conquista confirma que a China domina plenamente a tecnologia das catapultas eletromagnéticas e que a proficiência dos operadores navais alcançou padrão internacional.
Segundo Zhang, com esse sistema o Fujian poderá expandir seu raio de combate até a segunda cadeia de ilhas no Pacífico Ocidental, consolidando a presença da Marinha chinesa em águas distantes.
Outro especialista, Han Wei, professor da Universidade de Aviação Naval da PLA, disse à agência Xinhua que a conquista representa "um salto geracional" na capacidade de combate integrado dos grupos de porta-aviões chineses, acelerando a transição estratégica de defesa litorânea para operações em mares distantes.
Comparação com os Estados Unidos
O Fujian é apenas o terceiro porta-aviões da frota chinesa, mas o primeiro a abandonar o sistema de rampas convencionais usado em suas embarcações anteriores, Liaoning e Shandong.
Com a catapulta eletromagnética, a China passa a disputar diretamente com os EUA o domínio tecnológico naval. Analistas destacam que o Fujian poderá operar aeronaves maiores e mais pesadas, com maior poder de fogo, algo que amplia o alcance de suas operações militares e coloca o país em posição inédita frente às potências navais globais.
O futuro dos porta-aviões chineses
Durante entrevista ao canal militar da CCTV, Zhang Junshe afirmou que o programa de porta-aviões da China seguirá evoluindo, com planos de desenvolver embarcações nucleares e consolidar o uso de catapultas eletromagnéticas. Para ele, essa modernização não apenas fortalece a defesa nacional, mas também contribui para a estabilidade global.
“A Marinha chinesa terá mais confiança para salvaguardar os direitos marítimos e realizar missões em alto-mar”, declarou Han Wei.