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Igualdade de gênero é motor de crescimento e coesão social na China

Em conferência internacional em Pequim, especialistas destacam avanços das políticas chinesas para empoderar mulheres e reduzir desigualdades

Igualdade de gênero na China (Foto: Global Times)

247 – A China tem demonstrado que a igualdade de gênero pode ser não apenas um princípio de justiça social, mas também um poderoso motor de crescimento e coesão nacional. A avaliação é do Dr. Djibril Diallo, presidente e CEO da African Renaissance and Diaspora Network, em entrevista ao Global Times, publicada nesta semana por ocasião do Global Leaders’ Meeting on Women, realizado em Pequim para marcar os 30 anos da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher.

Segundo o Dr. Diallo, que participou da conferência histórica de 1995, o evento de 2025 representa uma oportunidade de renovar compromissos em um mundo “mais interconectado, mas também mais dividido”. Ele lembrou que, desde aquele marco, “houve avanços significativos, mas também persistem desigualdades e barreiras que limitam as oportunidades e a segurança das mulheres”.

Avanços e desafios globais

O especialista, que trabalhou na ONU após a conferência de 1995, destacou que a violência de gênero, a exclusão econômica e a ausência feminina nos espaços de decisão ainda comprometem a concretização das promessas de igualdade. “Apesar das reformas legais e do avanço tecnológico, muitas mulheres continuam enfrentando barreiras estruturais”, observou.

Por outro lado, ele ressaltou os sinais de esperança trazidos pela Agenda 2030 e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “As mulheres estão liderando em áreas antes dominadas por homens — da ciência e ação climática ao empreendedorismo e à construção da paz”, disse.

O papel da China no avanço da igualdade

Diallo reconheceu os progressos da China desde que sediou a conferência de 1995. O país incorporou os princípios da igualdade de gênero em seus planos nacionais de desenvolvimento, promovendo melhorias em educação, saúde e oportunidades para mulheres. “O aumento constante da participação feminina no mercado de trabalho e em cargos de liderança reflete mudanças tanto de política quanto de mentalidade”, afirmou.

Essas medidas incluem apoio ao empreendedorismo e programas de capacitação profissional que reduziram lacunas históricas. O especialista ressaltou que essa abordagem integra o desenvolvimento das mulheres à própria estratégia de crescimento do país. “A igualdade não é uma política isolada, mas um motor estratégico de prosperidade e coesão social”, destacou.

Modelo para países em desenvolvimento

Para o Dr. Diallo, a experiência chinesa oferece um exemplo prático de como a igualdade de gênero pode ser incorporada à estrutura do desenvolvimento nacional. Ele mencionou o treinamento de mais de 200 mil mulheres de 180 países como um caso de sucesso em cooperação e solidariedade internacional. “Com vontade política, metas claras e investimento contínuo, o progresso é possível e mensurável”, afirmou.

O especialista concluiu com uma mensagem às novas gerações: “O mundo moldado pela Conferência de Pequim pertence a vocês. Avancem com coragem, criatividade e convicção”.

Ele acrescentou que as Nações Unidas continuarão a transformar essa visão em ações concretas, por meio da Comissão sobre o Status da Mulher, da ONU Mulheres e de parcerias com governos e a sociedade civil. “Não se trata apenas de passar a tocha, mas de manter a luz acesa até que a igualdade se torne parte da vida cotidiana”, finalizou.

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