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Enviado chinês rebate acusações "infundadas" dos EUA sobre Canal do Panamá

Representante da China na ONU diz que Washington tenta justificar controle do canal e adota postura de intimidação marítima

Fu Cong, embaixador da China na ONU (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/GLOBAL TIMES)

247 - O enviado permanente da China na Organização das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, contestou de forma veemente as acusações feitas pelos Estados Unidos sobre o Canal do Panamá. A declaração ocorreu durante um debate aberto de alto nível sobre segurança marítima no Conselho de Segurança da ONU, segundo informações do Global Times.

Fu afirmou que, nos últimos dias, a delegação norte-americana tem usado diversas pautas no Conselho para “espalhar acusações sem fundamento” e “difamar” a China. “A China sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal e reconhece seu status como via navegável internacional permanentemente neutra”, declarou. Segundo ele, as acusações dos EUA são “nada mais do que uma desculpa para justificar sua própria tentativa de controlar o Canal do Panamá”.

Críticas à política externa e militar dos EUA

O representante chinês acusou Washington de exercer coerção econômica e intimidação, pedindo que o país “pare de espalhar rumores e criar problemas”. Fu também apontou os Estados Unidos como “o maior desestabilizador da paz e da estabilidade no Mar do Sul da China”, citando o envio de armas ofensivas para a região, incluindo mísseis de médio alcance, e a realização frequente de missões navais e aéreas de grande escala com fins de reconhecimento militar e exercícios.

“Ao exibir poder militar e agir de forma imprudente à porta de outros países, o objetivo de Washington é apenas criar turbulência no Mar do Sul da China para servir a seus próprios interesses geopolíticos”, disse Fu.

Ações unilaterais e impactos globais

O diplomata acusou os EUA de elevar os riscos à segurança marítima global com sua “mentalidade de Guerra Fria” e ações unilaterais. Ele destacou que o país sequer aderiu à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, recusando-se a cumprir obrigações internacionais, e desconsiderou alertas da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos ao explorar de forma unilateral recursos minerais do leito marinho, que seriam patrimônio comum da humanidade.

Fu também afirmou que Washington ameaça operações normais tanto no Canal do Panamá quanto no Canal de Suez, desafia abertamente a soberania de outros países, obstrui a construção de infraestrutura marítima e prejudica a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos.

A China, concluiu o enviado, exorta os Estados Unidos a realizarem “uma reflexão séria” e a assumirem “verdadeiramente as responsabilidades que uma grande potência deve cumprir”.

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