Embaixada da China em Israel condena visita de deputado israelense a Taiwan
Porta-voz critica Boaz Toporovsky por violar princípio de uma só China e comprometer relações bilaterais
247 – A Embaixada da China em Israel divulgou neste domingo (21) uma nota em que condena de forma veemente as declarações e ações do deputado israelense Boaz Toporovsky, do partido Yesh Atid, em sua visita à ilha de Taiwan. As informações foram publicadas pelo jornal Global Times a partir do comunicado oficial da missão diplomática chinesa.
Segundo o porta-voz da embaixada, Toporovsky ignorou os alertas e a oposição de Pequim, voltando a visitar Taiwan e fazendo “reiteradas observações errôneas sobre a questão de Taiwan”. De acordo com a declaração, o parlamentar teria “violado seriamente o princípio de uma só China e minado as bases políticas das relações China-Israel”, tornando-se “um criador de problemas para o desenvolvimento saudável dos laços bilaterais”.
O princípio de uma só China
O porta-voz reafirmou que “existe apenas uma China no mundo, e Taiwan é parte inalienável do território chinês”. Ele destacou que o governo da República Popular da China é “o único governo legal que representa toda a China” e que a política de uma só China constitui um consenso internacional amplamente aceito, além de norma fundamental das relações internacionais.
A nota também lembrou que 2025 marca os 80 anos da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Segunda Guerra Mundial, período em que Taiwan retornou à China. “A soberania da China sobre Taiwan não admite contestação”, afirmou o porta-voz.
Críticas à postura de Toporovsky
Durante a viagem, Toporovsky encontrou-se com Lai Ching-te, líder regional de Taiwan, a quem se referiu como “presidente”, além de alegar que falava “em nome do povo de Israel” ao agradecer à ilha. A embaixada classificou tais atitudes como ofensivas e contrárias ao Comunicado Conjunto China-Israel, no qual o governo israelense reconhece que “Taiwan é parte inalienável do território da República Popular da China”.
O porta-voz afirmou que o parlamentar “viola repetidamente a política de uma só China sustentada por Israel, agindo de forma clara em benefício de interesses externos”. Segundo a embaixada, sua “credibilidade política está completamente destruída” e ele “não tem legitimidade para representar os demais”.
Advertência firme de Pequim
Em tom contundente, o porta-voz concluiu com um alerta direto:
“Admoestamos este deputado a não se iludir pensando que pode prejudicar os interesses centrais da China e os sentimentos nacionais do povo chinês sem pagar um preço. Se não recuar à beira do precipício, cairá e será despedaçado.”
A condenação pública reflete a postura firme de Pequim diante de qualquer aproximação de autoridades estrangeiras com Taiwan, questão considerada sensível e central para a política externa chinesa.