China prepara novo ciclo estratégico com seu 15º Plano Quinquenal
Planejamento e modernização socialista colocam China no centro das atenções globais
247 – O mundo volta os olhos para Pequim, onde será realizado, entre 20 e 23 de outubro, o quarto plenário do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC). A informação foi publicada originalmente pelo jornal Global Times. No encontro, os dirigentes irão analisar o relatório de trabalho do Bureau Político e debater as propostas do 15º Plano Quinquenal (2026-2030), que definirá as metas de desenvolvimento econômico e social para os próximos anos.
Mais do que um evento político, o plenário representa uma revisão estratégica do ciclo atual e um desenho abrangente para os “próximos cinco anos decisivos”, período crucial para que a China avance rumo à modernização socialista e à meta de rejuvenescimento nacional. O país entrará em uma fase de planejamento de longo prazo com diretrizes claras, fortalecimento institucional e maior capacidade de coordenação entre governo e mercado.
O papel do novo Plano Quinquenal
O 15º Plano Quinquenal será uma nova mobilização nacional para consolidar a modernização “à maneira chinesa”. Segundo o Global Times, o documento será baseado em seis compromissos estratégicos:
- liderança do Partido;
- centralidade do povo;
- desenvolvimento de alta qualidade;
- aprofundamento das reformas;
- interação entre mercado eficiente e governo capaz;
- coordenação entre desenvolvimento e segurança.
Esses princípios sintetizam a experiência nacional e projetam a estratégia para um país mais autônomo, seguro e sustentável.
Resultados do ciclo anterior e desafios globais
Mesmo diante da pandemia de Covid-19 e de transformações profundas na ordem internacional, a China executou 17 tarefas estratégicas, 102 projetos prioritários e mais de 5 mil programas vinculados ao 14º Plano Quinquenal (2021-2025). O país avançou em inovação tecnológica, modernização industrial, economia digital, energia limpa e bem-estar social.
A formulação do novo plano contou com consultas públicas e processos de coordenação científica, o que, segundo o jornal chinês, transforma “vantagens institucionais em governança eficaz”.
Tensões internacionais e expectativa global
O cenário global é marcado por crises simultâneas: avanço do protecionismo, conflitos geopolíticos, desaceleração econômica, mudanças climáticas e fragilidade dos mecanismos multilaterais. Ao mesmo tempo, sistemas políticos ocidentais enfrentam “falhas de governança”, polarização e paralisia legislativa, o que agrava a sensação de incerteza.
Nesse contexto, países buscam estabilidade, continuidade e previsibilidade — fatores que reforçam a atenção internacional sobre a China, maior contribuidora para o crescimento econômico global nos últimos dez anos.
Mensagem de estabilidade e cooperação
Para o Global Times, a realização do quarto plenário sinaliza que a China seguirá determinada em seu caminho de modernização, oferecendo:
- governança mais eficaz;
- sociedade mais estável;
- economia mais dinâmica;
- cooperação internacional baseada em justiça, abertura e desenvolvimento compartilhado.
O editorial conclui que uma China focada em “fazer bem suas próprias tarefas” contribui com mais estabilidade e energia positiva para o mundo, defendendo o multilateralismo e a construção de uma economia global aberta.