China avança em tecnologia de fusão nuclear com protótipo de escudo para reator
Protótipo de divertor desenvolvido pelo gigante asiático suporta carga térmica recorde
247 - A China alcançou um novo marco no desenvolvimento de sua próxima geração do chamado “sol artificial”, com a aprovação de um novo protótipo de divertor. O componente foi avaliado e aceito por especialistas nesta segunda-feira (13).
De acordo com reportagem publicada pelo Global Times, o protótipo integra o projeto da Instalação de Pesquisa Abrangente para Tecnologia de Fusão (CRAFT, na sigla em inglês), plataforma voltada ao desenvolvimento e à testagem de tecnologias estratégicas para reatores de energia de fusão.
O papel do divertor no reator de fusão
O divertor é um dos elementos centrais para garantir a operação estável do núcleo de um reator de fusão, atuando na remoção de subprodutos da reação e no controle de impurezas.
No caso do novo protótipo chinês, os testes demonstraram que a peça é capaz de suportar uma carga térmica contínua de até 20 megawatts por metro quadrado, com margem de erro inferior a um milímetro no alinhamento da placa de contato com o plasma. O nível de resistência da tecnologia representa um avanço inédito: trata-se do maior protótipo de divertor já desenvolvido de forma independente pela China e do que suporta a maior carga térmica registrada até agora.
O protótipo traz uma estrutura inovadora, que combina, em um único sistema, o divertor e uma manta protetora. Esse design híbrido, em teoria, pode aumentar em mais de 3% a taxa de reprodução de trítio, um passo importante para alcançar a autossuficiência desse recurso.
Outro aspecto relevante é a utilização de uma estrutura em placa plana, que permite manter a superfície de tungstênio abaixo da temperatura de recristalização, ao mesmo tempo em que resiste à intensa carga térmica. Na prática, o protótipo funciona como um “escudo” que protege o reator de fusão.



