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China assume protagonismo global na APEC e reforça liderança diplomática

Participação de Xi Jinping em encontro na Coreia do Sul destaca papel central de Pequim no multilateralismo

Xi Jinping na cúpula da Apec (Foto: Global Times)

247 - A presença do presidente chinês Xi Jinping na 32ª Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), realizada em Gyeongju, na Coreia do Sul, atraiu a atenção da mídia internacional no último fim de semana. O líder chinês discursou na sessão de abertura do encontro com o tema “Construindo uma economia inclusiva e aberta na Ásia-Pacífico para todos”, reforçando a defesa de um sistema multilateral de comércio e a importância da cooperação regional.

Segundo reportagem publicada pelo Global Times, diversos veículos internacionais, como Reuters, CNBC, Tass, AFP e Al Jazeera, destacaram o papel da China como força motriz na APEC e sua crescente influência diplomática. O foco da cobertura recaiu sobre as propostas chinesas de governança global da inteligência artificial (IA), transição verde e fortalecimento do comércio livre e equilibrado.Durante a cúpula, Xi participou de mais de dez encontros bilaterais e multilaterais, incluindo reuniões com os primeiros-ministros do Canadá, Tailândia e Japão

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que a atuação de Xi “orientou a cooperação regional e consolidou a amizade entre os países vizinhos”, além de evidenciar “a responsabilidade de uma grande potência”.Wang informou ainda que Shenzhen sediará a próxima reunião de líderes da APEC, em novembro de 2026. “A China está pronta para aproveitar a oportunidade de sediar o evento para trabalhar com todas as partes na construção conjunta de uma comunidade Ásia-Pacífico”, disse o chanceler.

Encontro entre Xi Jinping e Donald Trump 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se com Xi Jinping à margem da conferência, em Busan. De acordo com Wang Yi, o diálogo entre os dois líderes foi “aprofundado e construtivo”, abordando temas centrais do relacionamento bilateral e da estabilidade global. “Os dois países são plenamente capazes de se ajudar mutuamente a ter sucesso e prosperar juntos”, declarou o ministro chinês. O encontro foi classificado por analistas como “um momento histórico nas relações China-EUA”.A CNBC destacou que assumiu o protagonismo ao propor a criação de um órgão internacional para regular a inteligência artificial, reforçando a imagem da China como defensora da cooperação global e da inovação tecnológica responsável. A agência noticiosa cubana Prensa Latina enfatizou o apelo chinês por “cooperação estreita em IA e transição verde”, enquanto a Al Jazeera descreveu o líder chinês como “o centro das atenções” no fórum.

Reaproximação entre China e Coreia do Sul 

Em visita de Estado à Coreia do Sul, Xi Jinping reuniu-se com o presidente Lee Jae-myung para reaquecer as relações bilaterais após quase uma década de tensões. O encontro, realizado no Museu Nacional de Gyeongju, resultou no compromisso de retomar o diálogo de alto nível e transformar o degelo diplomático em benefícios econômicos concretos, segundo o Korea Herald.

A AFP destacou que esta foi a primeira visita oficial de Xi à Coreia do Sul desde 2014, e que o encontro simboliza “a plena restauração das relações bilaterais”. Para o professor Hwang Jae-ho, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk, “ficou claro para ambos os lados que precisam um do outro”. Ele acrescentou que “Pequim e Seul compartilham visões comuns sobre livre comércio e multilateralismo”.Já o The New York Times analisou que a Coreia do Sul enfrenta um delicado desafio diplomático ao tentar equilibrar seus laços com Pequim e Washington, em meio à crescente rivalidade entre as duas potências. 

O pesquisador Xiang Haoyu, do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, afirmou que “a autonomia estratégica de Seul e sua capacidade de moldar políticas externas com base em interesses nacionais serão cruciais para a estabilidade de sua diplomacia”.

Com sua presença ativa na APEC e sua política externa de cooperação e equilíbrio, a China reafirma sua posição de liderança em um cenário global marcado por incertezas econômicas e disputas tecnológicas.

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