Hugo Calderano vive melhor fase da carreira e lidera WTT de Foz como símbolo da ascensão do tênis de mesa no Brasil
Número 3 do mundo e campeão da Copa do Mundo, brasileiro celebra visibilidade do esporte e destaca papel do Bolsa Atleta em sua trajetória
247 - Com desempenho espetacular em 2025, Hugo Calderano desembarca em Foz do Iguaçu como principal nome da etapa brasileira do circuito mundial de tênis de mesa, o WTT. Aos 29 anos, o carioca ocupa a terceira colocação do ranking mundial e atravessa um momento inédito na carreira: são 22 vitórias em 23 partidas de simples, com direito a títulos na Eslovênia e em Buenos Aires, além da consagração como campeão da Copa do Mundo e vice mundial.
Mais do que resultados, Calderano representa uma mudança de patamar para a modalidade no Brasil. Ícone de um esporte em expansão, ele celebra o impacto direto de sua trajetória no crescimento da base. “Fico feliz com a visibilidade que isso trouxe, incentivando muita gente a praticar o tênis de mesa. Recebo muitas mensagens sobre clubes e academias com um crescimento grande”, afirmou. De acordo com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, o número de filiados no país saltou de 3,5 mil para mais de 10 mil em apenas três anos.
Foco no título inédito em casa - O WTT de Foz do Iguaçu começa nesta quinta-feira (31), e Calderano estreia logo cedo nas duplas mistas ao lado de Bruna Takahashi, enfrentando os chilenos Alfonso Olave e Sofia Vega. Na sexta (1), ele entra na chave individual ainda sem adversário definido. Cabeça de chave número 1, o brasileiro chega como favorito, mas adota cautela. “O principal vai ser curtir esses momentos próximo à torcida. Espero que a galera curta”, disse.
Vivendo na Alemanha há mais de uma década, Calderano valoriza a chance de jogar no Brasil. “É bom voltar para jogar em casa. O público, a torcida sempre me recebe bem, me sinto à vontade. Claro que o meu objetivo é conseguir mais um título e manter o nível que tenho apresentado, mas tem vários jogadores de alto nível”, avaliou.
O papel fundamental do Bolsa Atleta - Calderano faz questão de destacar o suporte que recebeu do programa Bolsa Atleta, do governo federal, ao longo de mais de 15 anos. Dos 30 atletas brasileiros inscritos na competição, 29 são beneficiários ou ex-beneficiários do programa, que já investiu mais de R$ 3,7 milhões nessa geração. “Quando eu era mais novo, ainda não conhecido, esse recurso me ajudou a investir na carreira e a participar de competições. Mesmo nas outras fases, a necessidade de investimento foi crescendo”, explicou.
Segundo ele, a modalidade sofre com a escassez de patrocinadores e depende fortemente do apoio público. “O tênis de mesa é uma modalidade que sofre com a falta de investimento. Não há grandes projetos de patrocínio, então o apoio do poder público tem sido especialmente importante".
A parceria vitoriosa com Bruna e os próximos desafios - Calderano também celebrou a evolução nas duplas mistas com Bruna Takahashi, com quem venceu em Buenos Aires após a prata em Ljubljana. “O nosso jogo encaixou mais. Fizemos ajustes táticos, de estratégia e de estilo. É bom ver a nossa evolução, que a gente está conseguindo ganhar jogos, torneios”, comentou.
Quanto ao calendário, o atleta tem um ano ainda cheio pela frente: “Tem mais dois Grand Smash, um na Suécia e um na China. Temos mais três eventos Champions. E o Pan-Americano, que é importante. E, se eu me classificar, o Finals”, revelou.
Regularidade, mudança de material e futuro - A consistência no topo é um dos maiores desafios da carreira de Calderano. “Acho que nesse momento é importante manter esse nível que alcancei. Essa regularidade no topo do ranking é difícil, porque são muitos jogadores de altíssimo nível”, explicou.
Uma das viradas recentes em sua performance foi a adoção de uma borracha híbrida mais viscosa, em abril de 2024. A mudança, segundo ele, foi decisiva. “Logo na primeira competição alcancei a final no Champions da Coreia, ganhando do Fan Zhendong. Senti que conseguia ser muito mais agressivo”, contou.
Apesar de convites da China para disputar a liga local, Calderano não pretende aceitar neste momento. “Não sei se agora eu teria mais a ganhar, ou eles a ganhar me conhecendo um pouco mais. Então isso não está nos meus planos nesse momento".
Seu foco permanece no próprio desenvolvimento. “A receita é continuar trabalhando duro, trabalhando inteligente. Eu acho que eu nunca parei de evoluir, sempre continuo tentando descobrir o que posso fazer para alcançar um novo nível".
Nove títulos no circuito WTT
Calderano soma nove conquistas individuais no WTT:
- WTT Star Contender Doha (2021)
- WTT Contender Túnis (2022)
- WTT Contender Doha (2023)
- WTT Contender Durban (2023)
- WTT Contender Muscat (2023)
- WTT Star Contender Ljubljana (2024)
- WTT Contender Rio de Janeiro (2024)
- WTT Star Contender Ljubljana (2025)
- WTT Contender Buenos Aires (2025)
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