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      “Trump é uma vacina contra o vira-latismo brasileiro", diz Leonardo Stoppa

      Em edição especial do programa Léo ao Quadrado, Leonardo Stoppa denuncia plano imperialista de Donald Trump contra o Brasil

      Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades em Osasco-SP - 25/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em participação no programa Léo ao Quadrado, da TV 247, o comunicador e analista político Leonardo Stoppa fez duras críticas ao imperialismo dos Estados Unidos e ao papel da elite brasileira em meio à escalada de tensões entre Washington e Brasília.

      “Estamos em guerra com os Estados Unidos, mas estamos vencendo todas as batalhas”, afirmou Stoppa, ao analisar o novo cenário geopolítico marcado pelas tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump — em seu segundo mandato — contra produtos brasileiros. Para ele, trata-se de uma guerra comercial e diplomática disfarçada de retaliação pelo processo judicial de Jair Bolsonaro, mas que na verdade visa sabotar a economia nacional, desestabilizar o governo Lula e desarticular o BRICS.

      Trump e o fim do vira-latismo

      Segundo Stoppa, Trump “é uma vacina contra o vira-latismo brasileiro”, pois tornou explícita a relação de dominação que os Estados Unidos sempre buscaram manter com o Brasil. Ele citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para lembrar que parte da elite brasileira defende a dependência em relação aos EUA por interesse econômico e não por convicção ideológica. “Essa elite não tem ideologia, tem conta bancária”, disse.

      Criticando os setores da sociedade que defendem subserviência a Washington, Stoppa ironizou: “O bolsonarista de classe média que defende Trump é um completo imbecil. Esse precisa ser vacinado. E Trump está aplicando essa vacina ao demonstrar, em alto e bom tom, que para ele o Brasil não é parceiro, é inimigo.”

      Lula adota estratégia inteligente

      Stoppa elogiou a condução do presidente Lula diante do ataque comercial dos EUA. Segundo ele, o presidente brasileiro age com diplomacia e racionalidade: “Lula está deixando Trump falar sozinho. Essa é a melhor estratégia. Ele mostra que quer manter os acordos e diversifica nossas relações comerciais. Está correndo contra o tempo para ampliar as exportações para a China e incentivar o mercado interno.”

      Stoppa ressaltou que o governo federal está tentando reindustrializar setores estratégicos e incentivar o consumo doméstico, como no caso do café 100% arábica, que antes era quase todo exportado e agora volta a ser valorizado no mercado nacional. “Temos que parar de exportar grão e começar a vender café torrado e moído. A indústria tem que ficar aqui”, defendeu.

      Riquezas visadas: terras raras, alimentos e soberania

      O analista lembrou que o Brasil é alvo do imperialismo há décadas. “As Forças Armadas já identificavam, durante o regime militar, a presença de geólogos disfarçados de ONGs, enviados pelos EUA para mapear nossas riquezas minerais na Amazônia.” Segundo ele, os interesses de Trump vão muito além de Bolsonaro: incluem o controle das terras raras, da produção de alimentos e da energia.

      Ele também acusou os EUA de historicamente sabotarem o desenvolvimento tecnológico e industrial do Brasil, citando a Lava Jato como uma operação articulada para desorganizar a Petrobras e facilitar a exploração estrangeira do pré-sal. “A dominação estadunidense tem como objetivo garantir conforto para os americanos e fome para os outros”, disse.

      Agentes infiltrados e traição interna

      Stoppa alertou para a presença de agentes norte-americanos infiltrados na política brasileira. O caso mais recente seria o do senador Marcos do Val, que revelou ter entrado nos EUA com visto da categoria “S”, destinado a informantes do governo norte-americano. “Ele está confessando que trabalha para os Estados Unidos. Isso comprova a infiltração do império no Judiciário e no Congresso”, disse.

      Segundo ele, há um novo plano de golpe em curso, em que os EUA apoiariam setores da oposição para derrubar o governo Lula e colocar um interventor submisso, como fizeram em outros países: “Foi assim no Iraque, na Ucrânia, na Líbia. Sempre o mesmo roteiro.”

      “Agora é hora de patriotismo de verdade”

      Para Leonardo Stoppa, o momento exige mobilização nacional e resgate do verdadeiro patriotismo. “Temos uma oportunidade histórica de desenvolver o nacionalismo saudável, porque temos um inimigo externo claro”, afirmou. Ele elogiou a postura do presidente Lula em evento recente em Osasco, onde resgatou o símbolo da bandeira nacional: “Agora quem está segurando essa bandeira são os verdadeiros donos do Brasil: o povo brasileiro.”

      Stoppa concluiu com uma mensagem de esperança: “Não estamos fadados a virar uma nova Líbia ou uma nova Síria. Temos tamanho, temos povo, temos capacidade produtiva. Se soubermos comunicar com clareza, podemos virar uma nova China.” Assista:

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