Mercado de trabalho brasileiro segue em expansão, mas juros elevados impedem crescimento mais rápido, afirma Luiz Marinho
Ministro destaca o aumento de empregos formais, mas alerta sobre o impacto dos juros altos na aceleração da geração de vagas
247 - Em entrevista ao Boa Noite 247, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, celebrou os avanços no mercado de trabalho formal brasileiro. De acordo com Marinho, o Brasil registrou, até julho de 2025, um total de 1.347.807 novas vagas com carteira assinada, superando a marca de 1,5 milhão de postos de trabalho no período anualizado. Para ele, esse resultado é fruto de políticas públicas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visam não apenas a reindustrialização do país, mas também a valorização do salário mínimo e o fortalecimento de programas sociais.
Marinho destacou que, embora o mercado de trabalho esteja em expansão constante, a aceleração do crescimento tem sido prejudicada pela taxa de juros elevada. "O mercado de trabalho está bombando, mas seria muito melhor se não fossem os juros tão altos", afirmou. O ministro explicou que, nos últimos três meses, a criação de empregos tem mostrado sinais de desaceleração, embora o número de vagas ainda continue a crescer de forma significativa. Ele atribui essa desaceleração à alta dos juros, que dificulta investimentos e o crescimento mais rápido da economia.
Outro ponto importante abordado pelo ministro foi a participação dos jovens no mercado de trabalho formal. Marinho revelou que 94.965 dos novos postos de trabalho gerados em julho foram ocupados por jovens de 18 a 24 anos, desmentindo a ideia de que a juventude brasileira estaria pouco interessada em empregos formais. "O que os jovens não querem é um salário miserável", disse Marinho, reforçando a necessidade de oferecer salários mais justos para atrair e manter a nova geração no mercado de trabalho.
Além disso, o ministro mencionou as medidas em curso para combater a desigualdade salarial entre homens e mulheres, destacando que, embora a implementação da lei de igualdade salarial tenha sido um passo importante, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a aplicação efetiva da legislação. Marinho explicou que, atualmente, as empresas devem apresentar relatórios sobre a diferença salarial entre os sexos e criar planos de ação para corrigir as disparidades. Ele também revelou que o ministério está intensificando a fiscalização das empresas para garantir o cumprimento da lei, especialmente com o aumento da equipe de auditores de trabalho, que será reforçada com a contratação de 900 novos profissionais a partir de setembro.
Por fim, Marinho falou sobre a economia solidária como uma alternativa para o desenvolvimento de novas cadeias produtivas no Brasil, especialmente em áreas como o Nordeste. Ele mencionou a criação de cooperativas e projetos de autogestão como uma solução para muitos trabalhadores em setores afetados pela crise econômica. "A economia solidária é uma válvula de escape para aqueles que querem questionar o modelo capitalista e buscar um novo modelo de produção", afirmou.
O ministro também se pronunciou sobre os desafios enfrentados pelos trabalhadores informais, especialmente aqueles que atuam em plataformas de entrega e transporte. Segundo Marinho, embora o governo tenha tentado implementar um projeto para garantir benefícios previdenciários aos motoristas de aplicativo, o projeto não avançou devido à falta de apoio das próprias categorias. Ele destacou que, para que esses trabalhadores tenham acesso a benefícios, é fundamental que haja uma formalização da categoria. Assista: