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"Lula abraçou o capeta", diz Mario Vitor sobre encontro com Trump na ONU

Jornalista avalia riscos e significados da aproximação entre Lula e o presidente dos Estados Unidos após discurso duro na ONU

"Lula abraçou o capeta", diz Mario Vitor sobre encontro com Trump na ONU (Foto: Reuters | Brasil247)

247- No programa Bom Dia 247, o jornalista Mario Vitor Santos analisou o impacto do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU. Para ele, o gesto que ganhou repercussão internacional deve ser observado com cautela.

“Lula, tome cuidado. Você abraçou o capeta. Você abraçou um assassino”, afirmou o jornalista, ao avaliar o aperto de mão e breve conversa de cerca de 39 segundos entre os dois líderes.

O discurso de Lula e a reação de Trump

Santos lembrou que o discurso de Lula na ONU foi classificado como histórico pela imprensa internacional. “Foi um soco nas fuças do imperialismo no palco mundial sem qualquer esperança e reagindo às sanções”, disse. Para o analista, a fala do presidente brasileiro foi uma resposta às interferências dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil.

Segundo ele, Trump acompanhou parte da fala de Lula pela TV interna e, ao entrar no plenário, fez questão de se aproximar do brasileiro. O episódio, que o próprio Trump relembrou em seu discurso, foi interpretado por Santos como uma reação emocional e desconcertada do republicano.

Trump e a estratégia de aproximação

Em sua fala, Trump destacou a “química” com Lula e disse que gostou do encontro: “Foi um bom sinal. Ele parece um homem muito agradável. Eu gosto dele e ele gosta de mim. Tivemos uma química excelente”.

Para Santos, no entanto, essa aproximação não deve ser encarada como sinal de confiança. “Estamos tratando com um assassino. Não estamos tratando com um líder comum, mas com um líder de uma potência agressora, que quer reduzir de joelhos cada nação”, declarou.

Cautela nas relações diplomáticas

Apesar da gravidade de suas críticas, o jornalista ponderou que contatos institucionais são inevitáveis. “Não que não haja os contatos, e vai haver, mas eu tenho a impressão que o governo brasileiro, mais uma vez corretamente, já assimilou e processou esse encontro de uma maneira muito cautelosa, muito positiva”, avaliou.

Segundo ele, qualquer negociação com os Estados Unidos precisa ser acompanhada de exigências claras, como revisão de tarifas e sanções. “Melhor negociar do que não negociar, mas é preciso não alimentar expectativas”, concluiu. Assista: 

 

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