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Lawfare contra Cristina Kirchner na Argentina é "muito preocupante", diz Liana Cirne Lins

‘Virou um instrumento de perseguição contra políticos de esquerda e está se ampliando’, avalia a vereadora e jurista

Cristina Kirchner e Liana Cirne Lins (Foto: Reuters/Pedro Lazaro Fernandez | Divulgação)
Guilherme Levorato avatar
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247 - A vereadora e jurista Liana Cirne Lins demonstrou profunda preocupação com a condenação da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, confirmada recentemente pela Suprema Corte do país. Em entrevista à TV 247, Liana classificou o episódio como mais um exemplo da prática do ‘lawfare’ — o uso do sistema judicial como arma de perseguição política — contra lideranças progressistas na América Latina.

“O lawfare virou um instrumento de perseguição política contra políticos de esquerda. É um instrumento que não está arrefecendo. Está ampliando”, afirmou. Segundo ela, o caso de Cristina é “muito preocupante” porque representa um avanço dessa estratégia de aniquilação política sem provas consistentes, e com diversas nulidades processuais. “Ela foi condenada a uma inelegibilidade perpétua, foi retirada da vida política, condenada à prisão e, como todo processo de lawfare, sem provas, com inúmeras nulidades processuais”, denunciou.

Julgamento marcado por escândalos - No último dia 10, a Suprema Corte argentina confirmou por unanimidade a sentença que condena Cristina Kirchner a seis anos de prisão, no caso conhecido como “Causa Vialidad”. A decisão também a inabilita de forma permanente para ocupar cargos públicos. A ex-presidente foi acusada de administração fraudulenta, mas absolvida da acusação de associação ilícita.

O processo, no entanto, tem sido duramente questionado por juristas, movimentos sociais e entidades sindicais. Fotos reveladas pela imprensa mostraram que o procurador Diego Luciani e o juiz Rodrigo Giménez de Uriburu — ambos diretamente envolvidos no julgamento — frequentavam juntos partidas de futebol na casa de campo do ex-presidente Mauricio Macri, principal adversário político de Cristina.

Além disso, vieram à tona mensagens que indicavam uma possível manipulação de provas entre juízes, funcionários do Judiciário e empresários de mídia, em referência a uma viagem de luxo à Patagônia bancada pelo Grupo Clarín, maior conglomerado midiático da Argentina e ferrenho crítico do kirchnerismo. O juiz Julián Ercolini, que conduziu a instrução do caso, também esteve no centro dessas denúncias — mas o processo seguiu mesmo assim até a condenação.

Judiciário substitui a esfera política - Para Liana Cirne, o caso argentino repete o roteiro do que ocorreu no Brasil contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “De maneira muito preocupante, o Judiciário se substitui à esfera da política. A oligarquia judiciária toma para si as decisões políticas, assim como aconteceu com o presidente Lula. Isso é muito preocupante”, alertou.

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