“É preciso muita pressão para acabar com a escala 6x1”, diz Luiz Marinho
Ministro do Trabalho defende mobilização popular para pressionar Congresso a aprovar mudanças na jornada semanal
247 - Durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o fim da jornada de seis dias de trabalho por um de descanso — conhecida como escala 6x1 — depende diretamente da pressão popular sobre o Congresso Nacional.
Segundo Marinho, a jornada atual é “a mais cruel que existe, especialmente para as mulheres”, e só poderá ser revertida com mobilização da sociedade civil. “Esse tema só anda com muita pressão. Parece feijão velho, só vai com pressão”, declarou o ministro, ao destacar que a tramitação de propostas sobre direitos trabalhistas enfrenta resistências dentro do Parlamento.
Mobilização como fator decisivo
Ao citar a recente derrota da chamada PEC da blindagem, que foi barrada após protestos de rua, Marinho defendeu que a mesma estratégia seja usada em relação à escala 6x1. “As mobilizações acabaram de enterrar a PEC da blindagem. Se tiver mobilização dirigida, com vigor, é possível que o Congresso atenda esse clamor da classe trabalhadora”, afirmou.
O ministro reforçou que a pauta precisa ser incorporada pelos sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e pela juventude, que, segundo ele, rejeita esse modelo de jornada. “Se amenizar a mobilização, esse perfil de Congresso não atenderá à reivindicação”, completou.
Redução da jornada semanal
Marinho defendeu ainda que o Brasil já tem condições econômicas de reduzir a jornada máxima de 44 para 40 horas semanais. Para ele, essa mudança permitiria mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de dar resposta à pressão social por melhores condições de trabalho.
“A juventude cobra do empresariado brasileiro e das autoridades uma adequação para colocar fim a esse modelo. O Congresso precisa proibir a 6x1 e delegar aos acordos coletivos a definição da grade de horários, respeitando a nova jornada máxima”, disse o ministro.
O papel do Congresso e dos acordos coletivos
De acordo com Marinho, cabe ao Legislativo estabelecer a proibição da escala e a redução da jornada, enquanto convenções e acordos coletivos de trabalho deverão definir como se dará a organização dos turnos em setores que exigem funcionamento ininterrupto.
“Não pode mais jornada 6 por 1. As pessoas têm que ter, no mínimo, dois dias de folga na semana, seja sábado e domingo ou em outros dias. A convenção coletiva resolve isso. Os empregadores vão se adaptar”, afirmou.
Com essa posição, o Ministério do Trabalho busca alinhar a discussão a experiências internacionais e reforça a necessidade de fortalecer sindicatos para que possam negociar condições mais justas em nome dos trabalhadores. Assista: