“É fácil defender ditadura numa democracia, difícil é defender democracia numa ditadura”, diz Contarato

247 - Durante sessão no Senado, o senador Fabiano Contarato fez um pronunciamento incisivo contra o enfraquecimento das instituições e o retrocesso nas políticas ambientais. Em tom firme, afirmou que “é fácil defender ditadura estando numa democracia, difícil é defender democracia estando numa ditadura”, alertando para os riscos à democracia e à preservação ambiental.

Contarato lembrou que presidiu a Comissão de Meio Ambiente nos dois primeiros anos do governo anterior, período que classificou como marcado por negacionismo e ataques à pauta ambiental. Segundo ele, a gestão “acabou com o plano de combate ao desmatamento, extinguiu o departamento de educação ambiental, criminalizou ONGs e reduziu a participação da sociedade civil”. Diante desse cenário, o Senado apresentou projetos para barrar medidas que violassem o artigo 225 da Constituição, que garante o direito ao meio ambiente equilibrado.

O parlamentar contou que recorreu a ações diretas de inconstitucionalidade, ações populares e mandados de segurança para garantir que o Judiciário cumprisse seu papel de conter abusos. “O Brasil e os países da América Latina e Caribe precisam se unir para fortalecer as democracias e agir de forma proativa na defesa desse direito humano essencial”, declarou.

Ele citou o poeta Thiago de Melo para reforçar a urgência de novas práticas: “Nós não temos caminho novo, o que temos de novo é o jeito de caminhar”. Contarato também criticou países que fragilizam compromissos climáticos, como os Estados Unidos ao deixarem o Acordo de Paris, alertando que as consequências recaem sobretudo sobre as populações mais pobres e vulneráveis.

O senador destacou ainda a existência de um “racismo ambiental”, exemplificando com tragédias como as de Mariana e Brumadinho, nas quais as primeiras vítimas foram comunidades periféricas e moradores de encostas. “Ser cidadão é transformar a sociedade na defesa intransigente da preservação ambiental”, disse, colocando-se à disposição para colaborar com a Argentina e outros países nessa pauta.

Ao final, Contarato repudiou tentativas de chantagem por parte de líderes estrangeiros contra o Brasil, visando influenciar decisões do Judiciário. “Não é razoável que um chefe de outro país queira chantagear o chefe do nosso país para interferir no poder judiciário. Nós temos que defender a democracia e todas as instituições”, afirmou, reforçando que o Brasil deve preservar a harmonia entre os poderes e garantir atuação firme do Ministério Público e do procurador-geral da República em defesa da Constituição. Assista: