“Cumprir a lei é que pacifica a sociedade brasileira”, diz Weiller Diniz
Jornalista analisa impacto do projeto do Imposto de Renda e rejeição às pautas de blindagem e anistia no Congresso
247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o jornalista Weiller Diniz avaliou as movimentações do Congresso Nacional em torno da atualização da tabela do Imposto de Renda e das propostas de blindagem parlamentar e anistia. Segundo ele, o debate em torno do tema do IR expôs o contraste entre a letargia da Câmara e a rapidez do Senado na apreciação de um projeto que impacta diretamente milhões de brasileiros.
Imposto de Renda: projeto parado por sete meses
Diniz destacou que a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil, com escalonamento até R$ 7.350, ficou paralisada por meses na Câmara.
“O projeto foi protocolado no dia 17 de março e ficou sete meses na gaveta. Por que uma medida que interessa a 90% dos contribuintes ficou parada tanto tempo? No Senado, em apenas uma semana, foi aprovada por unanimidade, inclusive com votos de aliados de Arthur Lira e Hugo Motta”, afirmou.
Para o jornalista, a demora da Câmara indica que o texto foi usado como moeda de troca política. “Esse projeto foi usado como instrumento de chantagem, de extorsão de favores e cargos. Nada explica a criogenia de uma medida que beneficia nove em cada dez contribuintes”, disse.
A rejeição às pautas de blindagem e anistia
O jornalista também ressaltou que a reação popular recente, somada à articulação de partidos de centro no Senado, foi determinante para enterrar propostas consideradas de autoproteção parlamentar.
“A Câmara priorizou uma agenda que não tem conexão com o país. Propostas como a PEC da blindagem e a da anistia mostram um divórcio litigioso com a sociedade. Mas as manifestações de rua e a postura de senadores como Renan Calheiros e Otto Alencar sepultaram essas iniciativas”, analisou.
Segundo ele, o discurso de Renan foi decisivo para alinhar a bancada do MDB contra a PEC, o que arrastou outras legendas. “Isso provocou uma unanimidade rara no Senado, que enterrou a blindagem e inviabilizou também a anistia e a dosimetria de penas”, explicou.
O cumprimento da lei como resposta
Para Diniz, o debate sobre anistia ou dosimetria distorce o papel das instituições e não encontra respaldo social. “Essas propostas são inconstitucionais e relativizam crimes graves. Não é pacificação, como dizem, porque não há conflagração em lugar nenhum. O que se exige é o cumprimento da lei. Cumprir a lei é que pacifica a sociedade brasileira, contra extremistas e golpistas”, declarou.
O jornalista concluiu que a opinião pública mobilizada, aliada a setores políticos contrários a uma agenda extremista, alterou a correlação de forças em Brasília. “O Congresso agora é pressionado a devolver à sociedade o que ela espera: justiça fiscal, responsabilidade institucional e respeito às regras democráticas”, afirmou. Assista: