"Bolsonaro e Nikolas agem para desestabilizar a democracia", afirma Rogério Correia
Deputado diz que ações coordenadas visam enfraquecer o STF, criar crise institucional e sabotar economicamente o Brasil
247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) estão atuando de forma articulada para promover a desestabilização do sistema democrático brasileiro. Segundo o parlamentar, trata-se de uma estratégia coordenada da extrema direita para enfraquecer as instituições e gerar crises política, social e econômica no país.
“Eles têm uma ideia de golpe continuado”, declarou Correia. “Toda ação deles é sempre uma ação que vai levar, através da guerra híbrida, a que eles possam ter o poder de algum jeito, ou disputando as eleições em vantagem, ou, quem sabe, com intervenção militar, como eles acharam no passado, ou agora até com uma desestabilização do país frente ao mercado internacional com intervenção dos Estados Unidos.” O deputado classificou as recentes manifestações bolsonaristas como parte dessa ofensiva. “Fizeram agora atos no final de semana que eram atos nitidamente para enfrentar o Supremo e para tentar desestabilizar o governo. Tanto que a palavra de ordem era ‘fora Moraes’ e ‘fora Lula’”, afirmou.
A entrevista ocorreu após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, acusado de violar medidas cautelares no âmbito do inquérito da tentativa de golpe de Estado. Para Rogério Correia, a decisão do ministro foi juridicamente acertada. “Ou fazia isso ou se desmoralizaria o processo do Supremo Tribunal Federal, o julgamento e a própria democracia”, avaliou.
De acordo com o parlamentar, o plano bolsonarista tem divisões estratégicas claras. “Uma tarefa é o Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos articulando junto com Trump essa desestabilização econômica brasileira e querem desestabilizar a relação nossa com os BRICS e assim por diante”, disse. Ao mesmo tempo, dentro do país, outros parlamentares bolsonaristas ficam encarregados da mobilização social radical. “Fica aqui para fazer o outro papel alguns deputados como esse Nikolas, que é exatamente para tentar desestabilização social. Aí é Malafaia, é Nikolas, etc. Com ataques constantes ao Supremo, tentando desmoralizar o Supremo e mobilizar a base radical deles”, completou.
Correia disse que pretende formalizar ainda esta semana uma representação contra Nikolas Ferreira no STF e na Procuradoria-Geral da República. “Amanhã eu entro no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República para que examine quais as atitudes que teve o Nikolas e que ele também tenha uma punição”, afirmou. “Ele não pode ser levado como um moleque irresponsável. Ele é isso, mas o que ele faz é mais do que isso. Ele tá sendo mandado a fazer isso exatamente porque, por parecer um moleque, talvez o grau de responsabilidade fosse menor, mas não é. A molecagem dele tem realmente um risco muito grande para a democracia e soberania nacional.”
Na avaliação do deputado, as ações da extrema direita produzem um ambiente de constrangimento e acovardamento do centro político, o que amplia a radicalização. “Eles neutralizam o centro. A centro-direita acaba ficando calada ou vai com eles. Quando não foi, eles reclamam, desmoralizam”, disse, citando o exemplo de governadores que foram atacados por não comparecerem aos atos bolsonaristas.
Para Rogério Correia, a resposta deve envolver tanto o fortalecimento do projeto político em curso quanto o enfrentamento direto no debate público. “Como disse o presidente Lula no Congresso do PT, se nós não ganharmos na disputa política, pouco adianta. Agora a palavra de ordem nossa é a defesa da democracia e a defesa da soberania”, afirmou. “A gente precisa de fazer isso para isolar a extrema direita, porque eles são muito ofensivos, eu repito, e acabam acuando até o centro e a própria direita para que eles não tomem posição a favor da pátria, a favor da democracia. Então é preciso o governo agir também, especialmente o presidente Lula, que é a maior liderança popular que nós temos no Brasil.”
Segundo Correia, esse enfrentamento deve unir todos os setores democráticos, com o Executivo assumindo papel ativo na conscientização da sociedade. “Acho que fazer essa defesa da democracia não é apenas de partidos políticos, mas é de todo o campo democrático. O governo faz parte disso. Então, acho que tem que chamar a unidade do campo democrático para defender a democracia e a mesma coisa soberania”, declarou. Assista:
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