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      André Janones: "bolsonarismo é uma mistura de burrice com covardia"

      Para Janones, fuga de aliados de Bolsonaro e ataques à soberania do Brasil revelam desespero diante da iminente prisão do ex-presidente

      (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o deputado federal André Janones (Avante-MG) afirmou que o bolsonarismo se caracteriza por uma combinação de “burrice com valentia seletiva”, fazendo referência à postura de Jair Bolsonaro e de seus filhos diante de processos judiciais e da Justiça brasileira. A fala foi motivada pela recente decisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de não reassumir o mandato parlamentar após licença, optando por permanecer nos Estados Unidos, mesmo diante de acusações e suspeitas de envolvimento em articulações golpistas.

      “O bolsonarismo a gente pode definir como um misto de burrice com valentia. Eles escolhem quando ser valentes, quando ser burros. Na mesma hora que dá uma de machão, de que briga, já foge pros Estados Unidos, assim como fez o Bolsonaro na virada e agora o Eduardo”, disse Janones. Ele classificou esse tipo de conduta como um “atentado contra a pátria brasileira, contra a democracia”, e criticou duramente a subordinação de Bolsonaro e seus aliados a interesses estrangeiros: “Os verdadeiros patriotas se portam como verdadeiros vira-latas dos Estados Unidos, do Donald Trump, colocam a nossa soberania em segundo plano e fazem o povo refém”.

      Segundo o deputado, a viagem de Eduardo Bolsonaro aos EUA teve como principal objetivo demonstrar alinhamento com o presidente norte-americano Donald Trump — que está em seu segundo mandato — na expectativa de que esse apoio rendesse benefícios políticos no Brasil. Entretanto, afirma Janones, esse plano fracassou: “O que ele não esperava, que saiu pela culatra, é que justamente essas medidas estão sendo responsáveis pela queda de popularidade dele, do pai dele, e pela recuperação da popularidade do presidente Lula”.

      Janones destacou que esse suposto prestígio com Trump e a tentativa de pressionar o governo brasileiro por meio de uma carta assinada pelo norte-americano não passaram de uma manobra equivocada. “Mais um belo de um tiro que saiu pela culatra”, resumiu. Segundo ele, “o lado bom de lutar contra os bolsonaristas é isso: a gente não precisa nem fazer tanta coisa, porque eles dão tiro no próprio pé. São um poço de ignorância e às vezes, quando a gente acha que a coisa tá ficando difícil, eles vêm e resolvem a situação pra gente”.

      Na avaliação do parlamentar, esses episódios indicam desespero diante da perda de apoio popular e do avanço das investigações contra Jair Bolsonaro. “Tudo isso só tem um pano de fundo: o desespero pela prisão iminente. Bolsonaro vai ser preso, já está inelegível, e eles estão cada vez mais distantes de fazer um sucessor”, declarou. Ele também disse acreditar que os ataques verbais e físicos praticados por aliados do ex-presidente contra opositores são uma reação à sua própria decadência política: “É difícil para um fascista esconder a sua sanha fascista, neonazista... A máscara vai caindo e o desespero vai batendo à porta”.

      Janones, que foi alvo de agressões de deputados bolsonaristas no plenário da Câmara durante a última semana, afirmou que essa escalada de violência é coerente com o comportamento antidemocrático que, segundo ele, caracteriza a extrema direita no Brasil: “É a postura de sempre, é a postura fascista, é a postura de intimidar, de buscar o enfrentamento físico, porque não conseguem fazer o enfrentamento de ideias, o debate democrático”.

      Por fim, o deputado concluiu que o episódio envolvendo Trump e Eduardo Bolsonaro, somado aos ataques sofridos por ele na Câmara, devem servir de alerta: “Não estou comparando a proporção, mas o modus operandi é o mesmo. É o desespero, o medo da prisão, e o topar com alguém que não abaixa para eles — como o ministro Alexandre de Moraes. Eles achavam que com aquela carta o ministro ia ficar com medo. Mas ainda existem pessoas que enfrentam essa turma de igual para igual”. Assista:

       

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