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      Trump sinaliza punição ao Brasil e reforça pessimismo no Planalto sobre tarifas de 50%

      Presidente dos EUA afirmou que países com os quais há atritos receberão alíquotas máximas; governo Lula teme impacto político nas negociações

      Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: Reuters)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou mais uma vez sua disposição em manter o tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros, aumentando o clima de apreensão dentro do Palácio do Planalto. Segundo interlocutores do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouvidos pela coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, os sinais enviados por Trump indicam que o Brasil poderá ser diretamente afetado por uma política comercial que mistura retaliação econômica e motivações políticas.

      Conforme relataram assessores da presidência brasileira, Trump teria afirmado que sua intenção é efetivamente “punir” o Brasil, ainda que reconheça que, do ponto de vista estritamente comercial, não haveria justificativa para aplicar a alíquota máxima contra o país. “Essa declaração do Trump mostra que o Brasil virou uma questão pessoal e política para ele, isso infelizmente indica que a alíquota de 50% vai entrar em vigor”, afirmou um dos auxiliares de Lula à reportagem.

      Durante declaração feita nesta quarta-feira (23), o presidente estadunidense afirmou que as tarifas recíprocas ficarão entre 15% e 50%, sendo a taxa mais elevada reservada às nações com as quais os Estados Unidos “não estão se dando bem”. A fala deixou ainda mais claro para o governo brasileiro que a decisão de Washington poderá não seguir apenas critérios técnicos ou comerciais.

      Apesar da tensão nas relações com o Brasil, os EUA avançaram em negociações comerciais com outros parceiros, como Japão e União Europeia, o que reforçou a impressão de isolamento brasileiro na política externa norte-americana. Ainda assim, o dólar recuou 0,80% no mercado brasileiro no dia anterior, fechando a R$ 5,5223, influenciado pelo otimismo com os acordos internacionais firmados por Washington.

      Internamente, no entanto, as negociações seguem travadas. A avaliação é de que os obstáculos envolvem não apenas divergências econômicas, mas também componentes políticos que dificultam a flexibilização da medida tarifária por parte da Casa Branca. Auxiliares do Planalto acreditam que, não fosse esse viés político, haveria espaço para uma solução diplomática, sobretudo porque os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil.

      A apenas oito dias da entrada em vigor das novas tarifas, o clima no governo brasileiro é de preocupação crescente. A percepção é de que os canais tradicionais de diálogo com Washington perderam força diante da hostilidade demonstrada por Trump. 

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