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Tarifas de Trump elevam custos e afetam pequenas empresas nos EUA

Pesquisa mostra que importadores enfrentam aumento de gastos e retração nas vendas diante das medidas comerciais de Donald Trump

Porto de Xangai, China (Foto: China Daily via REUTERS)

247 - Reportagem da Bloomberg revelou neste domingo (14) os impactos imediatos da nova onda de tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações. Após meses de incertezas, em que empresários avaliavam se deveriam estocar mercadorias ou aguardar um recuo da Casa Branca, os custos efetivos começaram a pesar sobre companhias de menor porte.

De acordo com levantamento realizado pela plataforma de reservas de carga Freightos, entre 19 de agosto e 9 de setembro, em que 336 empresas de pequeno e médio porte foram ouvidas, quase metade relatou alta de 20% ou mais nos custos operacionais, enquanto proporção semelhante afirmou ter reduzido o volume de embarques para tentar equilibrar despesas.

Pequenas empresas sofrem mais com as tarifas

O estudo evidencia que as taxas de importação atingem de forma mais severa as companhias menores, que possuem menor capacidade de adaptação diante de oscilações cambiais e políticas comerciais instáveis. Adam Lewis, presidente da Clearit Customs Brokerage, destacou a vulnerabilidade dessas empresas:

“Infelizmente, pequenas e médias companhias estão arcando com o peso da guerra comercial. Ao contrário das grandes corporações, elas não têm a mesma proteção ou sofisticação para absorver mudanças frequentes em tarifas, flutuações cambiais e elevação de custos".

Reputação dos EUA como parceiro comercial em queda

Outro dado relevante do levantamento é a percepção sobre a imagem dos Estados Unidos no comércio internacional. Quase 60% dos entrevistados afirmaram que a política tarifária enfraqueceu a posição do país como parceiro confiável, contra apenas 6% que consideraram uma melhora. Para 25% dos empresários, o efeito varia conforme o setor e o mercado.

Expectativa negativa para vendas sazonais

As perspectivas para períodos de grande demanda também foram afetadas. Mais da metade (52%) dos donos de cargas preveem que as vendas de volta às aulas e de fim de ano serão mais fracas do que o habitual. Em comparação, apenas 35% esperavam um cenário negativo no feriado do Memorial Day, em maio.

Judah Levine, diretor de pesquisas da Freightos, afirmou que o ambiente não se limita a ajustes temporários:

“A expectativa de novas tarifas ou de ampliações das existentes deixou os embarcadores em alerta para desafios ainda mais graves. Estamos presenciando não apenas uma disrupção momentânea, mas mudanças estruturais de longo prazo nas estratégias de fornecimento e precificação internacional".

O levantamento reforça o alerta de que as políticas comerciais de Trump estão remodelando a dinâmica global de negócios, impondo novos custos e incertezas especialmente para empresas de menor porte.

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