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      Tarifa de Trump contra o Brasil ameaça setor de alumínio e pode causar prejuízo de R$ 1,15 bilhão

      Medida afeta um terço das exportações brasileiras do setor, apesar de parte dos produtos terem sido isentados da alíquota de 50%

      Fábrica de alumínio em Pindamonhangaba, SP (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - Apesar da exclusão de alguns itens da lista de produtos tarifados, a nova medida adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve impor um impacto financeiro expressivo ao setor de alumínio brasileiro. segundo o Metrópoles, a a estimativa da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), e de que as perdas podem ultrapassar R$ 1 bilhão ao longo de 2025.

      Segundo informações divulgadas pela Casa Branca na última quarta-feira (30), 694 itens de origem brasileira foram poupados da sobretaxa de 50% sobre exportações para os Estados Unidos, conforme estabelecido em uma ordem executiva assinada por Trump. Entre os produtos que escaparam da medida estão derivados de petróleo, suco e polpa de laranja, carvão, minérios de ferro, castanha e componentes para aeronaves civis.

      A administração estadunidense justificou a retaliação com base no que chamou de “políticas e ações incomuns” do governo brasileiro, que, segundo comunicado oficial, estariam prejudicando empresas, cidadãos e interesses externos dos EUA. Entre os motivos apontados estão o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em tentativa de golpe em 2022 e decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra redes sociais norte-americanas.

      A Abal prevê que o prejuízo para a indústria nacional de alumínio pode chegar a R$ 1,15 bilhão já em 2025, caso a nova tarifa entre em vigor na data prevista, 6 de agosto. Produtos como a alumina — insumo-chave para a produção de alumínio primário — foram isentados, mas outros como bauxita, hidróxido e óxido de alumínio e cimento aluminoso estarão sujeitos à taxação.

      Em nota, a Abal destacou que a nova tarifa de 50% não será cumulativa com a alíquota aplicada anteriormente, o que reduz parcialmente o impacto, mas ainda assim representa um abalo expressivo. “Apesar de a não cumulatividade representar alívio parcial, os impactos diretos das medidas já são expressivos”, afirmou a entidade, de acordo com a reportagem.

      A associação calcula que cerca de um terço de todos os produtos exportados pelo setor será atingido pela sobretaxa, tornando “inviável o acesso de vários produtos ao mercado americano”. No ano passado, os Estados Unidos ocuparam a terceira posição entre os destinos do alumínio brasileiro, atrás de Canadá e Noruega, com participação de 14,2% nas exportações totais do setor. O comércio com os norte-americanos gerou US$ 773 milhões (cerca de R$ 4,3 bilhões na cotação atual).

      “Com a elevação para 50% da Seção 232 e ampliação do escopo tarifário da lista recíproca, os prejuízos totais ao setor poderão alcançar US$ 210 milhões (mais de R$ 1,15 bilhão), considerando os efeitos diretos já contabilizados e as estimativas para até o fim do ano”, alertou a Abal.

      As exportações brasileiras de alumínio para os Estados Unidos já apresentaram retração de 28% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Inicialmente, o governo dos EUA aplicou tarifas de 10% até 12 de março, e depois de 25% até 3 de junho, antes de anunciar o aumento para 50%.

      A entidade também advertiu que os impactos podem ir além dos itens diretamente atingidos. “Considerando a forte integração produtiva entre os países do Atlântico, há risco de que os efeitos das tarifas se estendam a produtos não sobretaxados, devido aos desequilíbrios gerados em etapas distintas da cadeia”, informou. 

      Segundo a Abal, “a ruptura da complementaridade regional pode afetar o abastecimento, redirecionar fluxos comerciais e comprometer a previsibilidade de operações industriais nos três países”.

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