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Santander Brasil avalia fechar capital e expõe crise estrutural da CVM e do mercado acionário nacional

Possível saída da B3 acende alerta sobre deterioração do ambiente de negócios; CVM é acusada de ideologizar e sufocar o mercado

(Foto: Reuters | Divulgação)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – A possibilidade de o Santander Brasil fechar seu capital na B3 é mais do que uma simples movimentação corporativa: trata-se de um sintoma da profunda crise institucional que assola o mercado de capitais brasileiro. A informação foi divulgada pelo Valor, após encontro de seus analistas com o CEO do banco, Mario Leão. Segundo o relatório, o executivo “não descartou a possibilidade” de uma oferta pública de aquisição (OPA), em linha com o movimento já adotado no México em 2023.

Com apenas 10% de ações em circulação, múltiplos descontados e elevada geração de caixa por parte da matriz espanhola, o Santander Brasil tornou-se um candidato óbvio para fechamento de capital. “O próprio Mario Leão afirmou que não se surpreenderia com uma operação semelhante no Brasil”, destacou a Genial. A operação seria financeiramente viável, podendo inclusive antecipar-se à valorização do mercado prevista com a aproximação das eleições de 2026.

Mas o que mais chama atenção no caso é o contexto mais amplo em que ele se insere. “O mercado de capitais brasileiro é uma verdadeira piada — e a culpa é da CVM”, afirma o investidor Renato Giraldi, em postagem no X. Segundo ele, a autarquia que deveria fomentar o acesso e a expansão do mercado atua como um freio burocrático e ideológico. “A autarquia passa boa parte do tempo aplicando multas, criando entraves regulatórios e impondo uma agenda 100% ideológica no mundo corporativo. O resultado? A bolsa de valores do Brasil hoje é menor do que a do Irã.”

A crítica atinge diretamente a gestão do atual presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Barroso do Nascimento. Em meio ao agravamento do quadro, um dado salta aos olhos: nos últimos doze meses, não houve um único IPO no Brasil. A ausência completa de novas aberturas de capital expõe o desinteresse crescente das empresas pelo mercado acionário nacional, agravado pela percepção de um ambiente hostil à livre iniciativa.

“A CVM transformou o sistema em uma confraria restrita. Para ser aceito, é preciso beijar a mão de quatro ou cinco banqueiros”, denuncia o mesmo investidor. Em vez de facilitar o acesso de empresas médias e pequenas ao mercado de capitais, a autarquia se converteu, segundo ele, em uma barreira. “Enquanto a bolsa brasileira encolhe, a CVM multiplica regras, discursos e sinalizações ideológicas. Age como um apêndice das diretrizes formuladas em Davos, e não como uma instituição a serviço do desenvolvimento nacional.”

A crítica mais dura, porém, é dirigida diretamente ao comando da autarquia. “A CVM hoje é peça-chave na engrenagem do empobrecimento programado da população. E seu presidente deveria, no mínimo, prestar esclarecimentos públicos sobre o papel que vem exercendo.” A acusação não é isolada — cresce entre gestores e empresários a percepção de que a Comissão de Valores Mobiliários abandonou sua função originária de promover e proteger o mercado para adotar uma postura regulatória intervencionista e, muitas vezes, desconectada da realidade brasileira.

Num cenário de fuga de listagens, retração do volume negociado e desinteresse de investidores, a possível saída do Santander é apenas mais um capítulo de uma história que revela um sistema em decadência. A mensagem enviada pelo banco, ao cogitar deixar a B3, é contundente: no Brasil atual, não vale a pena permanecer no mercado acionário. Confira, abaixo, a postagem de Giraldi:

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